Moto tirou professor da depressão e virou parceira até para ver Pororoca
No último ano, professor mudou de vida fazendo viagens com a moto que não troca por nenhuma outra
O professor de artes Juliano Luis Adão Ferreira, de 43 anos, mudou de vida ao lado da ‘Gordinha’. Sempre que tem tempo, o motociclista pega a Honda Elite vermelha em direção a estrada e faz mais uma das viagens que o ajudaram a deixar a depressão no passado.
Viajando, Juliano diz ter encontrado a felicidade e ânimo que não sentia desde antes da pandemia. No último ano, ele percorreu quase 10 mil quilômetros visitando cidades no interior do Estado, o Paraguai e São Paulo.
Morando na Capital, o professor relata que dependia de outro meio de transporte para cumprir os compromissos do cotidiano. “Eu tinha bicicleta desde os 13 anos, sempre trabalhei com ela, estudei, fiz faculdade, andei Campo Grande inteira com ela”, fala.
A nova fase começou a partir da mudança de cidade e emprego. Chamado para assumir concurso em Naviraí, ele decidiu enfrentar o receio de pilotar. “Eu tinha medo de dirigir, tirar carta, tinha medo de moto, carro. Pesquisando a internet, vi que se as pessoas faziam eu também podia. Se ele vai, eu também posso”, conta.
Quando conseguiu obter a habilitação, o professor comprou a moto e começou a primeira de muitas viagens. “Tudo começou a partir da viagem de moto. Isso me impulsionou muito, está me fortalecendo cada dia mais. Sai da minha zona de conforto, qualquer feriado pego e dou uma volta”, afirma.
Viajar é a diversão do professor que constantemente planeja cada detalhe do trajeto. Além de Campo Grande, ele gosta de ir para Jales (SP) ver família e amigos. “Vou por Três Lagoas, é uma viagem maravilhosa, vou vendo as paisagens”, comenta.
Com esse ar de admiração, Juliano encontra beleza que não notava quando dependia do ônibus. “Antigamente eu vivia na depressão, tinha que ficar horas na rodoviária, pegar quatro ônibus, a moto me dá essa tranquilidade”, diz.
Ao mencionar a depressão, o professor relata que a doença foi silenciosa e que a mesma se agravou durante a pandemia. “Eu descobri e já estava muito avançado e procurei ajuda na escola com a Diretora Dona Zanderli e a Alelis da Semed onde eles tem um programa de Valorização da Vida. A depressão foi porque eu me sentia inútil e solitário”, conta.
O sentimento não faz parte da realidade do professor que hoje tem perspectiva de vida, faz planos e deseja conhecer novos lugares. Em janeiro, ele pretende ir de moto ao Pará para presenciar o fenômeno da ‘Pororoca’ que um dos seus alvos de estudo.
“Muitos barcos vão até o meio para ver o cruzamento da água do Rio Tapajós com o Rio Amazonas que é muito lindo. Quero ir lá e em Alter do Chão que na seca vira uma praia que é um ponto turístico. Quero buscar conhecimento artísticos, indígenas da região, sobre os rios e arquitetura”, explica.
Mas, antes de janeiro, o professor tem planos para a ‘gordinha’. “Sábado dia, irei a Campo Grande visitar as famílias e os amigos. Já estou me preparando para a viagem com rotas. Essa viagem me tirou da depressão, angústia. Hoje vivo feliz e livre para ser feliz e conhecer lugares novos", conclui.
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