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Comportamento

Na permuta, mulheres se casam e trocam até extração dentária por bala baiana

Grupo com 165 participantes acaba de completar um ano de muita barganha

Danielle Valentim | 30/06/2019 08:31
Professora e proprietária do Pequerruchos Animação e Fotografia Evellyn Jaime, de 28 anos, garante que sim, é possível casar na permuta. (Foto: Arquivo Pessoal)
Professora e proprietária do Pequerruchos Animação e Fotografia Evellyn Jaime, de 28 anos, garante que sim, é possível casar na permuta. (Foto: Arquivo Pessoal)
Grupo acaba de completar 1 ano. (Foto: Divulgação)
Grupo acaba de completar 1 ano. (Foto: Divulgação)

Com foco na permuta, um grupo no WhatsApp garante trocas surpreendentes entre os participantes. De casamento à extração dentária, vale tudo pela barganha perfeita. O grupo com 165 participantes acaba de completar um ano de muita compensação de serviços.

Como o dinheiro está curto para a maioria dos brasileiros, a saída para continuar festando é optar pelo sistema mais antigo do comércio: o escambo, hoje mais conhecido como permuta. A prática é defendida por economistas em época de crise.

Mas fala sério, casar na base da permuta é possível? Todo mundo sabe que serviço para casamento dobra de preço. Mas a professora e proprietária do Pequerruchos Animação e Fotografia Evellyn Jaime, de 28 anos, garante que sim.

“Cheguei de limusine em meu casamento. Todos os doces, os bem-casados, barman e até quem levou as coisas até o salão foi na base da permuta. O barman fez até show com fogo durante a festa”, disse.

Festa de Evelyn ficou linda. (Foto: Arquivo Pessoal)
Festa de Evelyn ficou linda. (Foto: Arquivo Pessoal)
Evelyn chegou de limusine. (Foto: Arquivo Pessoal)
Evelyn chegou de limusine. (Foto: Arquivo Pessoal)

O casamento de Evellyn aconteceu na último dia 15 de junho. Ela ainda está em ritmo de comemoração e  pontua que pertencer ao grupo é conseguir fazer festas “sem limites”. “Eu só não consegui o casamento totalmente na permuta, porque organizei tudo em um ano", conta.

Poucas coisas foram pagas. "Do meu bolso, mesmo, saiu o salão, decoração e garçom. Os olhos de sogra que são doces mais finos, paguei metade e consegui a outra metade na permuta”, garante.

É válido lembrar que nada é de graça, o interessado paga com algo ou serviço que ele tenha a oferecer.

Uma das administradoras do grupo, a doceira Fabiana Araújo de Souza, de 28 anos, explica que cada grupo tem suas regras. No caso, do “Clube da Permuta”, é proibido vender ou fazer propaganda de produtos no grupo.

“No grupo, tudo é na base da troca. Ele já foi criado com essa intenção”, pontua.

Balas baianas prontinhas para a entrega. (Foto: Arquivo Pessoal)
Balas baianas prontinhas para a entrega. (Foto: Arquivo Pessoal)
Maças do amor produzidas por Fabiana. (Foto: Arquivo Pessoal)
Maças do amor produzidas por Fabiana. (Foto: Arquivo Pessoal)

Fabiana foi quem aproveitou os serviços de um dentista para uma extração dentária. “Veio numa hora que eu estava precisando. A permuta foi feita com a entrega de doces, bolo e bala baiana em um chá de bebê, que são coisas que eu produzo”, explica.

A administradora revela que as participantes podem oferecer os serviços de terceiros, no caso, do marido, do irmão, do namorado, da mãe ou outro familiar, desde que a permuta dê certo.

“Teve gente que já trocou mão de obra e até tintas para pintar a casa. Mas o foco mesmo é para permutar em festas”, finaliza.

Para comemorar um ano de existência do grupo, as administradoras organizam uma festa junina para o próximo dia 22 de julho, no Bairro Vilas Boas.

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