Na permuta, mulheres se casam e trocam até extração dentária por bala baiana
Grupo com 165 participantes acaba de completar um ano de muita barganha
Com foco na permuta, um grupo no WhatsApp garante trocas surpreendentes entre os participantes. De casamento à extração dentária, vale tudo pela barganha perfeita. O grupo com 165 participantes acaba de completar um ano de muita compensação de serviços.
Como o dinheiro está curto para a maioria dos brasileiros, a saída para continuar festando é optar pelo sistema mais antigo do comércio: o escambo, hoje mais conhecido como permuta. A prática é defendida por economistas em época de crise.
Mas fala sério, casar na base da permuta é possível? Todo mundo sabe que serviço para casamento dobra de preço. Mas a professora e proprietária do Pequerruchos Animação e Fotografia Evellyn Jaime, de 28 anos, garante que sim.
“Cheguei de limusine em meu casamento. Todos os doces, os bem-casados, barman e até quem levou as coisas até o salão foi na base da permuta. O barman fez até show com fogo durante a festa”, disse.
O casamento de Evellyn aconteceu na último dia 15 de junho. Ela ainda está em ritmo de comemoração e pontua que pertencer ao grupo é conseguir fazer festas “sem limites”. “Eu só não consegui o casamento totalmente na permuta, porque organizei tudo em um ano", conta.
Poucas coisas foram pagas. "Do meu bolso, mesmo, saiu o salão, decoração e garçom. Os olhos de sogra que são doces mais finos, paguei metade e consegui a outra metade na permuta”, garante.
É válido lembrar que nada é de graça, o interessado paga com algo ou serviço que ele tenha a oferecer.
Uma das administradoras do grupo, a doceira Fabiana Araújo de Souza, de 28 anos, explica que cada grupo tem suas regras. No caso, do “Clube da Permuta”, é proibido vender ou fazer propaganda de produtos no grupo.
“No grupo, tudo é na base da troca. Ele já foi criado com essa intenção”, pontua.
Fabiana foi quem aproveitou os serviços de um dentista para uma extração dentária. “Veio numa hora que eu estava precisando. A permuta foi feita com a entrega de doces, bolo e bala baiana em um chá de bebê, que são coisas que eu produzo”, explica.
A administradora revela que as participantes podem oferecer os serviços de terceiros, no caso, do marido, do irmão, do namorado, da mãe ou outro familiar, desde que a permuta dê certo.
“Teve gente que já trocou mão de obra e até tintas para pintar a casa. Mas o foco mesmo é para permutar em festas”, finaliza.
Para comemorar um ano de existência do grupo, as administradoras organizam uma festa junina para o próximo dia 22 de julho, no Bairro Vilas Boas.