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Comportamento

Na Semana Santa, Marcelina não abandona chipa e sopa paraguaia

Costume foi trazido do Paraguai e é mantido pela família de Marcelina em Aquidauana há 51 anos

Por Aletheya Alves | 29/03/2024 07:38
Marcelina faz questão de ensinar costumas para a família. (Foto: Arquivo pessoal)
Marcelina faz questão de ensinar costumas para a família. (Foto: Arquivo pessoal)

Há 51 anos, Marcelina Nunes Quevedo se mudou para Mato Grosso do Sul ao lado de seus quatro filhos em busca de uma vida melhor. Desde então, a família mantém as tradições paraguaias e, durante a Semana Santa, os pratos que se tornaram típicos de Mato Grosso do Sul retomam suas origens. Isso porque no dia da “Paixão de Cristo”, o costume é fazer da chipa e da sopa paraguaia os pratos principais.

Desde que chegou a Aquidauana, cidade escolhida por Marcelina e Alcides Freitas Quevedo, a filha Maria Bibiana Nunes Quevedo não se lembra de momentos em que as tradições paraguaias foram deixadas de lado. Tanto é que hoje, dona Marcelina faz questão de impulsionar o aprendizado da filha para que os costumes não se percam.

Explicando sobre a relação entre os alimentos típicos e a data de hoje, Bibiana detalha que no Paraguai, o costume é de que a Sexta-feira Santa siga os rituais de reflexão, como orienta a Igreja Católica. “Nós reservamos esse dia e é uma tradição religiosa que minha família mantém”.

Matriarca com a sopa paraguaia já pronta para a Sexta-feira Santa. (Foto: Arquivo pessoal)
Matriarca com a sopa paraguaia já pronta para a Sexta-feira Santa. (Foto: Arquivo pessoal)
Chipas são feitas conforme aprendido com a mãe, diz Marcelina. (Foto: Arquivo pessoal)
Chipas são feitas conforme aprendido com a mãe, diz Marcelina. (Foto: Arquivo pessoal)

Por isso, o preparo dos alimentos já começa na quinta-feira antes do horário do almoço.

“Nós começamos o preparo antes das 12h porque após esse horário e na sexta-feira, eles são os pratos mais consumidos. Como não temos o costume de cozinhar e fazer outras coisas no dia da Paixão, vamos preparando a sopa, a chipa e também a sobremesa na quinta”, explica Bibiana.

Em família, os dois pratos vão sendo preparados, já que se mantêm bem conservados para o dia seguinte e não precisam de esforços para esquentar, por exemplo.

Outro costume desse período são as visitas na Sexta-feira Santa, como narra a filha. “Nós trocamos esses alimentos com amigos porque é um prato típico da época. Então, os amigos que vêm em casa também trazem a sopa e a chipa para trocarmos”.

Retornando à história da família, Bibiana conta que a mãe trabalhava como professora em Bella Vista Norte, no Paraguai. E foi em 1965, ainda no outro país, que se casou com Alcides.

“Cultuamos até hoje as tradições religiosas e culturais do Paraguai, preservamos nossas raízes. Uma das principais iguarias que aprendi com minha mãe, estou passando para minha filha, Bibiana”, diz dona Marcelina.

A matriarca conta que segue fazendo as chipas com ovos caipira, margarina, polvilho e muito queijo. Já a sopa paraguaia leva cebola, óleo, queijo e milho saboró, o principal ingrediente que é trazido do Paraguai e que a família não fica sem.

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