Nas redes sociais, jeito “sincerão” de campo-grandense assusta turista
Será que todos nós, moradores de Campo Grande, sabemos a diferença entre falar a verdade, jogar veneno e brincar com coisa séria?
A pergunta era simples: "quais são os prós e os contras de se morar em Campo Grande?", escreveu o paulista Ricardo Luís Corralo, 32 anos, em uma postagem de rede social na última sexta-feira (19). Mal veio o fim de semana e já deu o que falar. Com 1,6 mil comentários na publicação, pelo visto os campo-grandenses têm muito o que dizer sobre como é viver por aqui.
O curioso, porém, não foi a quantidade de pessoas que fizeram questão de tecer suas opiniões, mas o nosso jeitinho "sincerão". Algumas até contextualizaram e relataram a atual situação da cidade. Outras, entretanto, aproveitaram e deram aquela "zoada". Ainda, teve gente que simplesmente destilou veneno. Será que, quando se trata de Campo Grande, somos capazes de sermos isentos?
"Tudo depende do bairro que você escolher para morar", escreveu um usuário. "Fique distante da Vila Nhanhá, São Conrado, Los Angeles, Moreninhas, Jardim Seminário, Vila Nasser e Itamaracá", pontuou outro. Puro preconceito ou "dica certa"?
"O problema daqui é que alguns moradores acham que carregam o rei ou o papa na barriga", disse uma internauta. "Tão calma que não tem nada de interessante para se fazer", mandou a real.
"Nota-se que o problema de Campo Grande se chama 'campo-grandense'. Tirando a 'educação' de algumas pessoas daqui, a cidade é ótima!", julga uma usuária.
Rapaz, vocês que são de Campo Grande e falam tão mal da cidade, por que não vão morar em outro lugar?", disse irritada uma jovem.
"Você vai encontrar tudo aquilo que se encontra em outras localidades. Não se iluda. Tem vizinho fofoqueiro, gente que te atropela e não diz pede uma 'desculpa', coloca música alta às 23h e fica madrugada adentro ou ainda tem também aqueles que parecem santos na sua frente mas tacam lixo no seu quintal", escreveu outro.
"Ruim mesmo é no morar no cemitério. Agora, no resto do mundo eu garanto que você se adapta às necessidades", pontuou uma pessoa.
"Recebi muita resposta 'sincerona' e tive que me esquivar das 'zoeiras'. Pude perceber que o grande problema, isso no geral, do brasileiro mesmo, é não estarmos satisfeitos com nada. Independente de onde você mora, os problemas sempre existirão e com eles pessoas insatisfeitas. O que vale é a experiência vivida por cada, afinal o que pode ser bom pra mim pode não ser tão legal para você", disse o securitário Ricardo.
Casado e pai de uma filha de 4 anos, ele e sua família conheceram Mato Grosso do Sul quando vieram pela primeira vez ao município de Bonito à turismo. Pela Capital, passaram e acabaram se encantando com o "modus operandi" daqui. Conforme observou, se trata da perfeita junção entre a simplicidade típica do interior com o porte de uma cidade mais "robusta", mais tranquila e cheia de oportunidades – isso se comparado à São Paulo, onde atualmente vive.
Foi difícil e até deu uma "assustada", mas Ricardo conseguiu tirar sua própria conclusão: "Campo Grande me parece ser uma cidade que está em constante evolução. Há muito o que se fazer como em qualquer outro centro urbano, e que a satisfação das pessoas dependem muito das suas expectativas e experiências locais. A minha procura pela Capital de MS seria para fugir do caos do trânsito de SP, ter mais tempo com minha família, qualidade de vida e principalmente segurança, o principal item que chamou minha atenção", justificou.
Na publicação postada no grupo "Aonde ir em Campo Grande MS", que já soma mais de 68 mil participantes no Facebook, teve também muita gente que argumentou em favor de "Campão", falando da natureza local, calmaria presente e também da vida mais "simples".
Como um dia cantou o violeiro e compositor Almir Sater: "cada um de nós compõe a sua própria história". Para Ricardo, nada é mais certo: "tenho a certeza de que ainda vou me mudar com a família e morar na agradável Cidade Morena", garante.
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