No cemitério, as pessoas vão poder registrar o que querem fazer antes da morte
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O que eu quero fazer antes de morrer?
“Mudar a vida financeira para melhor porque ninguém merece morrer pobre”, responde, com bom humor, o massoterapeuta Celso Yano, de 32 anos, que está indo para o Japão trabalhar em uma montadora e só pretende voltar daqui há 5 anos, com mais dinheiro no bolso, claro.
O cobrador Mauro Moisés Sobriho, 41, anos, comenta, de início, que a pergunta é difícil porque tem muita coisa que quer fazer, mas, por fim, anuncia uma só: “Quero ficar sem dívida. É ruim deixar dívida para os outros”.
A dona de casa Priscila Dias da Silva, 20, só quer ter uma profissão. “Quero entrar na faculdade e concluir o curso de Pegagogia”, diz. O marido, o pedreiro Evandro Luiz Pereira dos Santos, de 35 anos, quer dar um bom lar para a família para, enfim, “viver em paz e tranquilo”.
Já a estudante de gastronomia, Bárbara Azevedo, de 19 anos, quer aproveitar muito antes de partir. “Aproveitar o máximo, cada minuto, porque a vida é só uma”, ensina.
A pergunta que motivou essas respostas faz parte de uma campanha realizada pelo Sincep (Sindicato dos Cemitérios e Crematórios Particulares do Brasil) e que será aderida por cemitérios e crematórios de 15 estados brasileiros, incluindo Mato Grosso do Sul.
No próximo domingo (2), Dia de Finados, quem visitar os cemitérios Jardim das Palmeiras e Nacional Parque, ambos em Campo Grande, terão a oportunidade de responder a esse mesmo questionamento escrevendo, com canetas coloridas, em paredes brancas.
Os espaços destinados a esse fim estarão espalhados pelos terrenos desses dois cemitérios e disponíveis para qualquer manifestação, seja ela uma frase, um pedido, um desenho ou uma simples reflexão.
“De uma forma lúdica e interativa o público poderá dedicar alguns minutos a sonhar a vida que ainda está aqui, ao alcance de todos”, diz o texto de divulgação, que traz uma mensagem do presidente do Sincep, José Elias Flores Júnior.
“Não temos a capacidade nem a ambição de tirar a dor de ninguém. Muitas vezes nem conseguimos diminuir o sofrimento, mas acreditamos que a campanha é uma forma de dar expressão, de dar vazão a sentimentos e pode ser uma oportunidade para pensar a morte e também sonhar a vida”.
O Sincep estima um público total de 25 milhões de pessoas nos cemitérios do Brasil neste domingo.