No Pantanal, dona Júlia ensina todo mundo a fazer tuiuiú nas unhas
Modesta, ela diz ser uma "bobagenzinha" que faz, mas o Lado B adorou a ideia; confira você também
Em outubro de 2020 contamos a história de dona Júlia Gonzalez. Ela é moradora na APA Baía Negra, comunidade tradicional de ribeirinhos que fica à beira do Rio Paraguai, no município de Ladário, e que viu o fogo destruir tudo em volta durante as queimadas que atingiram o Pantanal naquele período. Agora ela volta a ser notícia por um talento que move a mulherada ribeirinha.
Dona Júlia e outras mulheres costumam pintar um tuiuiú nas unhas. João Mazini, jornalista e diretor da Comitiva Esperança, coletivo campo-grandense que presta apoio às comunidades tradicionais, chegou lá e ficou encantado com o que viu.
Modesta, dona Júlia diz que é “uma bobagenzinha que faço”, mas João e a equipe de voluntários do coletivo discordaram. “A senhora é uma artista dona Júlia!”, conta João sobre o que disse. Mas ela recusou o título com a modéstia natural aos grandes.
Foi assim que João e a equipe teve a ideia de tirar foto e publicar nas redes sociais coletivo. Não deu outra, a ideia bombou. No dia a seguinte a equipe pediu para Júlia reproduzir a o tuiuiú na unha do Joaquim Fernandes, integrante do coletivo, para que fosse possível fazer um tutorial. E novamente deu certo.
Júlia, que costuma cuidar da comunidade como ninguém, mostrou ser uma artista de mão cheia e como a criatividade não tem limite. Usando tintas comuns e um pincel, ela desenha o tuiuiú e leva nas mãos a natureza que tanto ama.
“Agora é isso: as “Pantanails”, como nós batizamos a arte, chegaram com tudo. A moda pro verão é tuiuiú na unha e preservação do Pantanal”, completa João.
Confira no vídeo o tutorial de dona Júlia, segundo ela, para você “arrasar no verão”.
História – Dona Júlia Gonzalez, 61 anos, é líder comunitária na Área de Preservação Ambiental Baía Negra, na beira do Rio Paraguai e o Pantanal significa tudo pra ela. Há mais de 20 anos o local é o lar da ribeirinha, que também é presidente da associação dos moradores do local.
Formada por 30 famílias, a comunidade realiza atividades econômicas de baixo impacto para o meio ambiente, o que possibilita tanto o uso sustentável dos recursos naturais como o sustento dos moradores.
Assim como os vizinhos, Júlia sobrevive da natureza ao seu redor. Desde que os filhos cresceram e mudaram para a cidade, passou a trabalhar sozinha. Pesca, planta, faz artesanato e busca ajudar a comunidade com o carinho e força de vontade que transbordam.
Na área protegida de cerca seis mil hectares, poucos espaços são desconhecidos para a ribeirinha. A pé ou de barco, explorar a região faz parte da sua rotina diária.
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