Nos bairros, Carnaval já começou com busca pelo status de rainhas da bateria
As três são passistas na Escola de Samba Igrejinha, mas sonham com o título de Rainha da Bateria na Cinderela do José Abrão, uma escola pequena, como as outras de Campo Grande, mas que coloca o bairro todo para respirar Carnaval já em setembro.
A convite da agremiação, Kerlen, Keila e Elizangela encararam os juízes na tarde de ontem em busca do status que é acompanhar a bateria em um tradicional desfile, mesmo em uma folia sem o glamour de grandes centros.
“A rainha de bateria é o carro-chefe de um desfile, é um grande compromisso e uma responsabilidade enorme. De certa forma a rainha é o centro das atenções”, afirma Kerlen de Souza, 23 anos. Corumbaense e apaixonada pelo Carnaval desde a adolescência, ela acabou levando o título para casa após mostrar o samba no pé.
“É um sonho, algo que eu gosto e que eu sempre quis. Ano passado desfilei pela Igrejinha e aqui na Cinderela porque foram dias separados, então já conheço a comunidade”, frisa.
Ao todo foram cinco jurados que analisaram a disposição, samba no pé e simpatia das meninas em duas etapas. A torcida de Kerlen era grande. “Sou casada e meu marido não liga, minha mãe então nem se fala, fica toda orgulhosa”, acredita.
Para quem competiu ao lado de Kerlen não há nada melhor do que o cargo de rainha de bateria. “É gostoso, não sei explicar. A comunidade tem um carinho maior, um cuidado com a rainha, ela é querida”, explica Keila Rosa Lopes, 33 anos.
Moradora da Mata do Jacinto, Keila trabalha como atendente e é passista da Igrejinha. “Eu amo o Carnaval”, diz, entre risos.
Elizangela Brites, 35 anos, a terceira concorrente do concurso de rainhas explica que o convite partiu da própria Cinderela. “Eu vim porque queria a experiência de concorrer e quem sabe ganhar. É uma responsabilidade enorme, mas também um orgulho representar a comunidade. É uma posição de respeito dentro da escola de samba”, acredita.
O carnavalesco da escola, Moacir Sandim, 43 anos, explica que convidou as meninas porque ninguém da comunidade quis tentar a vaga.
“Este ano as meninas não quiseram, então o jeito foi chamar outras pessoas. Nunca existiu uma preferida ou querida pela comunidade. Não analisamos isso, mas sim a simpatia, desenvoltura e muito samba no pé”, explica.