Nove horas antes de partir, avó conseguiu ver a neta no altar
Noiva organizou o casamento em 2 meses só para a avó Eliane ver o momento do “sim”, e ela partiu 9 horas depois da cerimônia
Quando a administradora Gabrielle Terra Souza, de 27 anos, e o empresário Renan Barbosa Sanches Netto, 26, contam a história do casamento realizado no último fim de semana a emoção toma conta a cada palavra. A avó da noiva parece ter vivido para realizar o sonho de ver a neta dizer “sim”, e se despediu da vida nove horas depois da cerimônia.
Eliane de Lima Souza tinha 78 anos. Era produtora rural e dona de uma propriedade em Maracaju. Diagnosticada com fibrose pulmonar, os últimos meses de vida foram em casa, com uso de balão de oxigênio família e equipe especializada para os cuidados com a saúde. Nesse tempo de tratamento ela nunca deixou dizer à neta sobre o sonho de vê-la casar. Mas com a saúde cada vez mais debilitada, Gabrielle resolveu adiantar este sonho.
“Tínhamos marcado o casamento para abril, mas quando ela apresentou piora no estado de saúde, resolvemos adiantar a cerimônia e o organizamos o casamento em dois meses”, conta Gabrielle.
O desejo de Gabrielle e Renan se realizou debaixo do pé de jatobá, na fazenda da avó onde a neta cresceu e viveu bons momentos. Uma cerimônia intimista para familiares, como se fosse em casa era o que eles sonhavam depois de três anos de namoro.
Eliane não foi até a árvore para assistir a neta dizer “sim”, mas acompanhou tudo pelo celular em uma transmissão on-line. “A situação dela era bastante delicada e deslocar poderia ser prejudicial a ela. Então ela ficou no conforto da sua casa, ao lado do meu avô e pode assistir todos os detalhes”, conta a neta.
Mas antes de ser levada pelos pais ao altar, Gabrielle fez questão de aparecer para a avó na sala da casinha de madeira da família. “Foi uma emoção muito grande”, descreve.
A cerimônia ocorreu como planejado. Embaixo de uma sombra fresca, o casamento foi realizado no período do almoço. Palavras, orações e uma cerimônia de areias marcaram a união. Depois, uma comemoração com direito a churrasquinho na parrilla e a presença da família fechou a festa do jeitinho que o casal sonhou. O que Gabrielle não imaginava era a despedida da avó.
“Foi um dia lindo, ela assistiu à cerimônia que sonhava, gastou toda sua energia para estar conosco e depois descansou”, diz.
Ainda que a saudade e as lágrimas tomem conta ao falar da avó, Gabrielle e Renan buscam otimismo e a fé, receita que dona Eliane deixou para a vida. “Nunca estamos prontos para nos despedir de quem amamos, mas cremos que foi o tempo de Deus para ela”.
Agora, o que fica são as boas lembranças e a memória de uma mulher que sempre foi destemida. “Ela foi uma mulher muito a frente do tempo, sempre muito determinada, que herdou a fazenda dos pais e administrou tudo com muita garra. Sempre de personalidade forte era mulher que não poupava trabalho e muito menos carinho. Gostava de expressar o afeto e fazia todo mundo se sentir acolhido. Eu mesmo me senti muito acolhido por ela”, recorda Renan.
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