Paciência do pai inspirou professor a ensinar MPB para alunos de escola
Músico e professor, ele ensina os alunos a tocarem cavaquinho, banjo, violão e técnicas de canto
“O intuito não é fazer se tornarem grandes músicos, e sim serem grandes pessoas e fazer com que sintam que o céu é o limite”. É com estas palavras que o músico e professor Reginaldo Azevedo, 41, apresenta seu projeto, que leva introdução básica ao gênero MPB (Música Popular Brasileira), para cerca de 300 alunos, entre 12 e 18 anos, da rede pública de ensino.
Segundo Reginaldo, sua história com a música teve início muito cedo, por influência do pai, que o ensinou a tocar cavaquinho e violão. Ele decidiu levar a paciência e determinação que o pai tinha ao lhe ensinar, para a sala de aula, e criou o projeto ‘Música Popular Brasileira Nas Escolas’ que existe desde 2009, e surgiu por meio do Nuac (Núcleo de Arte e Cultura do Estado). Ele é professor de Música e Artes há 17 anos e atualmente leciona nas escolas estaduais José Maria Hugo Rodrigues e Maestro Frederico Liberman.
O projeto tem o intuito de incentivar jovens e adolescentes a expandirem seu repertório cultural, além de estimular a prática de atividades extracurriculares no contraturno das aulas regulares. “Não me passou pela cabeça se ia dar certo ou não. Tudo que faço é com muito amor e carinho, ainda mais se for relacionado à música”, diz.
Reginaldo explica que a proposta do projeto é trabalhar a socialização, criatividade, concentração e raciocínio dos alunos, buscando melhorar o desempenho escolar através da música. “A partir do momento que a música entra em sua vida, começamos a desenvolver a estimular o cérebro”, explica.
Nas aulas, os alunos aprendem a tocar cavaquinho, banjo, violão e técnicas de canto. Conforme avançam, são convidados a se apresentarem em um palco, com direito até a plateia. O professor leva os alunos para tocarem e cantarem em festas juninas, feiras, e a cereja do bolo é quando são convidados a tocar no ‘Baile do Regis’, evento cultural promovido por Reginaldo.
“Os shows que faço misturam educação e música. Na próxima edição do meu evento, por exemplo, vou colocar as quatro linguagens da arte no meu show: música, teatro, dança e Artes Visuais. E com certeza terá a apresentação de um dos grupos de música dos alunos”, comenta.
Relembrando as raízes da paixão que sente pela música, Reginaldo conta que o pai não teve a oportunidade de estudar e aprendeu a tocar os instrumentos praticamente sozinho. O cavaquinho, por exemplo, o pai aprendeu a afinar pelo toque do telefone fixo e passou os ensinamentos adiante para o filho, que hoje ensina vários alunos.
“Ele tinha um ouvido quase que absoluto. Quando você tira o telefone do gancho ele faz um barulho equivalente ao tom de ‘lá maior’, então afinava a quarta corda até chegar nesse tom, e aí contava as sete casas, e tinha que dar o som igual ao som do telefone fixo. Ai assim ele afinava o restante das cordas”, explica.
As aulas por enquanto são feitas nas escolas onde Reginaldo leciona, mas em breve ele pretende levar o projeto para uma sede própria. O novo espaço será destinado à comunidade escolar, com capacidade para atender por volta de 400 alunos. “Fico grato e emocionado pelo fato do meu pai não poder ver tudo isso. É a realização de um sonho bem real e palpável”, comemora.
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