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Comportamento

Patrick tem TV que era ligada em trator e vitrola de 80 anos

Paixão por coleção levou Marineti Pinheiro até psicólogo para produzir documentário sobre Sidrolândia

Por Aletheya Alves | 18/10/2024 07:31
Patrick com álbum de fotografias antigas. (Foto: Arquivo pessoal)
Patrick com álbum de fotografias antigas. (Foto: Arquivo pessoal)

Aos 23 anos, o psicólogo Patrick Barbosa guarda mais de 100 itens, todos com uma idade muito superior à sua. Na lista de objetos mais curiosos, fotografias, porcelanas e até televisão que era ligada em trator se destacam. E, com tanta paixão por história, o jovem foi encontrado pela cineasta Marineti Pinheiro para contarem, juntos, os caminhos de Sidrolândia.

Já disponível no Youtube, o documentário “Sidrolândia, 70 anos” é dirigido por Marineti e possui co-direção e pesquisa de Patrick. Com uma soma de entrevistas, o filme narra o desenvolvimento do município e, nele, o jovem mostra parte de tudo o que reuniu desde a adolescência. (Veja o documentário ao fim da matéria).

Patrick nasceu em Campo Grande, mas cresceu em Sidrolândia e faz questão de contar sobre o amor pela cidade. Até porque na família há até quem fez parte da política da cidade.

Televisão era ligada em bateria por cidade não ter eletricidade. (Foto: Arquivo pessoal)
Televisão era ligada em bateria por cidade não ter eletricidade. (Foto: Arquivo pessoal)
Vitrola era parte do acervo familiar. (Foto: Arquivo pessoal)
Vitrola era parte do acervo familiar. (Foto: Arquivo pessoal)

Seu avô, Ilson Barbosa Carapé foi funcionário público por 30 anos e vereador durante dois mandatos. Ao lado de Tereza de Lourdes, criou os filhos e desenvolveu família na cidade. “Sou filho de sidrolandenses natos, minha mãe é a Soneli e meu pai é o Valgnei, apelidado de Xerife. Meu avô Vicente tem uma barbearia há mais de 50 anos no centro da cidade, difícil quem nunca foi no salão dele. E minha avó Eleozina, é professora aposentada, e lecionou por mais de 30 anos nas escolas daqui”, descreve.

“Eu sou muito família. Cresci ouvindo histórias antigas dos meus antepassados e da própria cidade. Amo sentar e olhar fotografias antigas nos álbuns. Chegando na adolescência, lá pelos meus 13 anos, ganhei minha primeira peça antiga, uma máquina de escrever para colocar na minha escrivaninha”.

Como ele mesmo descreve, a máquina foi só começo de seu acervo cheio de antiguidades. Patrick sempre demonstrou o gosto, então passou a ganhar uma variedade de peças como fotos, discos de vinil, porcelanas, lamparinas e máquina de escrever.

Confira a galeria de imagens:

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Entre os destaques, ele cita uma vitrola que era de seus bisavós, datada de 1940 e que funciona à manivela. Além disso, há também uma televisão em preto e branco da época em que Sidrolândia nem tinha energia elétrica. Então, o jeito era fazer a TV funcionar ligando na bateria de um trator.

Na lista de porcelanas, as xícaras, pratos e bules têm mais de 60 anos, já que foram presentes recebidos por seus avós durante o casamento. Itens como esses são valiosos também pelo sentimento que carregam. Por isso, o zelo de Patrick é extremo.

“Gosto de descrever cada relíquia para que não se perca sua história. Todas as fotos que eu tenho estão relatadas em arquivos e muito bem cuidadas. Tenho por hobby essa minha paixão por antiguidades”, diz.

Por um tempo, o psicólogo chegou a fazer exposições em escolas e ações sociais, mas a fragilidade do acervo falou mais alto. Devido ao transporte e contato das peças, os danos começaram a aparecer e, no fim das contas, a melhor solução foi manter tudo em sua casa.

Hoje, pensando sobre o que motiva toda essa paixão, ele defende que conhecer a história é uma forma de pensar sobre a existência de cada um. “Percebo que é impossível entender o ser humano sem falar da sua história e vivência, tudo o que passou para chegar onde está. As cicatrizes que cada um possui são reflexos do que teve que trilhar. E essa caminhada aqui na terra é mais leve entendendo isso, e sem dúvidas, nos faz querer ser pessoas melhores e, como consequência, mais felizes”, completa o psicólogo.

Documentando Sidrolândia

Toda a paixão de Patrick serviu como fonte para desenvolver boa parte do documentário dirigido por Marineti Pinheiro. E, assim como o jovem, a cineasta também é apaixonada por boas histórias.

Detalhando o que motivou o desenvolvimento do filme sobre Sidrolândia, ela comenta que o município tem uma série de curiosidades.

“É o município com mais assentamentos e esses números aparecem no filme. São sete aldeias por lá, então são várias curiosidades mesmo.  A extensão territorial, a produção de monocultura e a gente encontra tudo isso no documentário. Conversamos com pessoas que tiveram contato com o Sidrônio, que foi quem dividiu a terra e criou a vila”.

Com vontade de contar sobre todos os municípios do Estado, a documentarista já está se preparando para as próximas gravações. Agora, ela irá se dedicar em Rio Brilhante, partindo da arquitetura.

E, para conhecer mais sobre Sidrolândia e as histórias que Patrick conserva, confira abaixo o documentário:

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