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Comportamento

Pedro e Therezinha foram chamados de loucos por construir Uniderp

Livro lançado por Pedro Chaves e Therezinha de Jesus dos Santos Samways conta história dos sonhos e legados

Por Aletheya Alves | 16/08/2024 06:10
Canteiro de obras durante construção do Cesup. (Foto: Divulgação)
Canteiro de obras durante construção do Cesup. (Foto: Divulgação)

Em 1969, quando a Mace (Moderna Associação Campo-Grandense de Ensino) foi criada, os legados deixados por Therezinha de Jesus dos Santos Samways, Plínio Mendes dos Santos e Pedro Chaves tiveram sua história iniciada. Na época, os “irmãos da matemática”, como eram conhecidos, ainda não imaginavam que o colégio seria parte essencial de um caminho que resultaria em projetos tão grandes como a Uniderp (Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal).

“Nós tínhamos grandes desafios para conseguirmos grandes conquistas. A sede na Mace foi construída na região que era chamada de Brejão porque só tinha brejo, ali não tinha nada. E o segundo desafio, a construção do Cesup (que se transformou em Uniderp), foi chamado de loucura”, resume Pedro Chaves.

Unindo parte das memórias que integram a história da Uniderp, Pedro e Therezinha decidiram lançar um livro para contar sobre os “sonhos e desafios na construção de um legado educacional na região do Pantanal”, como diz o título da obra. E, ao Lado B, o professor destaca alguns trechos para complementar aquilo que não coube nas páginas.

Pedro Chaves conta sobre história da Uniderp. (Foto: Marcos Maluf)
Pedro Chaves conta sobre história da Uniderp. (Foto: Marcos Maluf)
Construção do terceiro bloco do Centro de Ensino. (Foto: Divulgação)
Construção do terceiro bloco do Centro de Ensino. (Foto: Divulgação)

“Se fossemos escrever tudo o que aconteceu, daria um livro muito maior, mas ainda assim conseguimos dar boas pinceladas”, diz o professor. Aproveitando o aniversário de Campo Grande (26 de agosto) que se aproxima, o empresário e político comenta sobre como o trio não se desvincula do desenvolvimento tanto da Capital quanto de Mato Grosso do Sul.

Para contextualizar, o colégio nasceu quando o trio percebeu que eram professores “âncora” de outras escolas, como explica Chaves. E, sem sede própria logo no início, o jeito foi alugar algumas casas na Sete de Setembro e na Calógeras para iniciar o projeto.

“Nossa instituição começou com menos 30 mil cruzeiros porque eu não tinha nada, então tomamos emprestado do Banco Financial e começamos a adaptar as casas para salas de aulas”, relata.

Com o colégio em funcionamento, não demorou para que a quantidade de alunos crescesse rapidamente e com a alta demanda foi necessário pensar na sede própria. “Fizemos o prédio próprio com ajuda dos alunos porque nós vendíamos bolsas de estudos. Por exemplo, o pai do aluno que acreditava na gente, que acreditava na escola, comprava quatro anos de curso, oito ou onze, podendo ir desde o primário até o ensino médio”.

Outros casos citados pelo professor eram de avôs que decidiam garantir os estudos para os netos, já que os títulos duravam até 25 anos.

Visão aérea da região em que o Cesup foi construído. (Foto: Divulgação)
Visão aérea da região em que o Cesup foi construído. (Foto: Divulgação)

Enquanto a Mace caminhava consolidada, a ideia do grupo criar uma nova faculdade em Campo Grande começou a surgir a partir de demandas dos próprios alunos e foi assim que nasceu o Cesup (Centro de Ensino Super Plínio Mendes dos Santos) - nome em homenagem a Plínio que faleceu em 1974 durante um acidente automobilístico.

Em 1975, os documentos solicitando autorização para que os primeiros cursos do Cesup funcionassem já estavam no MEC e, em 1976, o curso de formação de professores foi aprovado. “Em 1976, o presidente Ernesto Geisel autorizou o funcionamento do Cesup e todo mundo comemorou”, diz Pedro.

Seguindo o mesmo processo de desejar uma sede própria, o grupo decidiu que era necessário aumentar o espaço para atender os alunos e foi assim que o segundo desafio chegou. Puxando na memória, o professor se diverte contando sobre como foi chamado de louco até por Therezinha

“Eu fui olhar o terreno e só tinha a Ceará, que era o minianel, e a Joaquim Murtinho. A Afonso Pena não tinha nem continuidade ainda e eu pensei ‘que lugar lindo, poxa’. Quando falei para a Therezinha, lembro dela dizer ‘Pedro, você tá louco? Não tem água, não tem telefone, não tem ônibus’, mas todo mundo acreditou que seria possível”.

Além de precisar investir na construção do espaço, Pedro Chaves destaca que até contratação de ônibus foi necessária para fazer com que os alunos chegassem à nova sede. “Eles iam até a Mace e de lá o ônibus levava. Depois, com o tempo, a Prefeitura colocou uma linha, mas tivemos esse período”.

A história seguiu com a criação de novos cursos como o de Arquitetura e Urbanismo, inédito em Campo Grande, e o desenvolvimento de novos prédios, além da expansão para o Interior. Outro fato relevante citado por Pedro foi do ensino à distância que pautou diretrizes nacionais.

“Me sinto muito feliz de pensar na contribuição que demos para Campo Grande, no legado que deixamos. E o gosto pela educação nunca acabou, eu sempre falo que professor sempre aprende algo novo, sempre tem uma dinâmica nova e olhar para o aluno e ver que ele aprendeu não tem preço”, completa.

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