Pietro deixou cabelo crescer 1 ano para doar à criança com câncer
O menino enfrentou o preconceito nas ruas e até mesmo a resistência da família para seguir adiante com gesto solidário
O gesto de um menino de 11 anos tem dado o que falar em Aquidauana, localizada a 140 quilômetros de Campo Grande, e na internet. Pietro Augusto Alves Falcão deixou o cabelo crescer durante um ano para poder doar à fabricação de perucas para crianças com câncer. Mas para encarar a solidariedade, ele precisou vencer o preconceito e enfrentar até a família.
Na última semana, ele foi até um salão de beleza e cortou aproximadamente 20 centímetros do cabelo. O gesto emocionou não só familiares, amigos e internautas que compartilharam a história em diferentes páginas das redes sociais.
O menino tomou a decisão depois de observar em vídeos os desafios que crianças enfrentam com a perda do cabelo durante tratamento de câncer.
Sorridente e determinado, ele passou por cima de comentários maldosos e até da resistência da família sobre sua decisão.
A mãe, a professora Suene de Melo Alvez, de 35 anos, confessa que no começo foi resistente, mas depois entendeu e apoiou o propósito do filho. "Até eu fui um pouco resistente a essa decisão. Querendo ou não a gente sempre cria em nossa mente a concepção e o estereótipo de que menino tem que ter o cabelo baixinho e curto. Ele tentou deixar crescer inúmeras vezes e eu sempre mandava cortar", lembra.
Só quando Pietro disse que havia feito uma promessa a Deus que a mãe aceitou. "E acabei permitindo e desistindo de insistir para que ele cortasse o cabe. Em casa, meus pais são muito tradicionais e também falavam a ele que cabelo longo era para meninas, mas eles também entenderam o propósito que ele havia feito".
Pietro deixou as madeixas crescerem e na última quarta-feira apareceu com o cabelo curtinho, mantendo a promessa de fazer solidariedade com os fios. "Isso me orgulhou muito. Pietro sempre foi muito humano e dedicado às causas sociais. Ele não pode ver um morador de rua que já faz o possível para ajudar. Quando há pessoas nos semáforos ele sempre dá um jeito de contribuir e não se sente bem com cenas tristes como essas", conta Suene.
Pietro pesquisou muito sobre a doação de cabelos a realidade das crianças com câncer, e se entristecia ao imaginar os desafios enfrentados por crianças, por isso, o preconceito era o que menos importava. "Ele chegou a falar para o pai que não gostava dos outros o chamarem de menina, que isso o incomodava um pouco, mas que não ligava e nem se importava mais com a opinião do outros", encerra Suene.
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