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Comportamento

Sem Carnaval, fevereiro começa com cara de 4ª feira de cinzas

Qual o sentimento das pessoas sobre o início do mês mais festeiro do ano em que não haverá nem sinal de Carnaval?

Lucas Mamédio | 01/02/2021 07:50
Bloco na Esplanada Ferroviária no Carnaval 2020 (Foto: Vaca Azul)
Bloco na Esplanada Ferroviária no Carnaval 2020 (Foto: Vaca Azul)

O friozinho na barriga pelo Carnaval começa logo após a virada do ano. Quando entra fevereiro então, parece que nada mais importa a não ser os planos para a maior festa da cultura brasileira e uma das maiores tradições de qualquer país no mundo.

Porém, fevereiro de 2021 começa completamente diferente. O dia 1° chega com a sensação que algo foi arrancado da gente, de que a vontade de sair às ruas é quase a vontade de cometer um delito; um conflito interno nunca antes vivido e motor de uma angústia que parece não passar. Muito pelo contrário, ela é potencializada por momentos como esse. Quando mais perto do Carnaval, mais difícil é se livrar dos pensamentos de “como seria”, “como estava os anos anteriores”.

É assim pra mim, é assim para quase todo mundo, até para quem não gosta muito de Carnaval.

Vitor Samudio é um dos líderes do Capivara Blasé, um dos maiores blocos de rua de Campo Grande, responsável por levar milhares de pessoas à Esplanada Ferroviária de Campo Grande nos dias de festa.

Mestre Wlauer na avenida (Foto: Arquivo Pessoal)
Mestre Wlauer na avenida (Foto: Arquivo Pessoal)

Ele conta que começar fevereiro sem a expectativa do Carnaval causa um vazio muito grande. “Fica um vazio muito grande não só pela questão profissional, mas pela questão cultural mesmo. A questão de calendário ainda mais no Brasil, que é um país extremamente festivo, não poder realizar isso é uma situação bem complicada, até um pouco deprimente”.

Apesar da tristeza, Vitor reforça a importância de não realizar a festividade neste momento. “Mas acho que nesse momento a gente precisa focar em vidas. A hora q tudo passar a gente fazer o maior carnaval do século .porque tenho certeza que  quando a gente tiver imunizado o próximo carnaval que a gente tiver, vais fazer histórico”.

Mestre Wlauer Castro,  da tradicional escola de samba Unidos da Vila Carvalho, que vive há 47 anos dentro do Carnaval, também disse que está sendo um momento muito difícil, principalmente esse mês.

“Uma época dessa estávamos a todo vapor, correndo atrás dos últimos detalhes. Agora também começa a chegar um monte de lembranças no Facebook, de momentos que passei nos ano anteriores. É muito difícil, mas sabemos que é necessário para salvar vidas".

E tem quem não sinta tanta falta assim do Carnaval. Emerson Silva Villa, corretor de 45 anos, é do interior do estado, mas mora há 15 anos em Campo Grande. Ele conta que todo Carnaval volta para o interior a fim de “escapar” do Carnaval. Mas esse ano vai ser diferente.

“Esse ano vou ficar por aqui mesmo. Como na vai ter festa e ainda estamos na pandemia, não vimos a necessidade  de viajar, porque vai ser a mesma coisa aqui e lá (risos)”.

Mesmo não sendo o maior fã da festa, Emerson lamenta a razão dela não estar acontecendo. “Quando o Carnaval acontecia, as vezes queria que ele não existisse, acho que só agora, com ele não acontecendo, vejo que é um sentimento um pouco exagerado. Não me diverte, mas diverte outras pessoas e temos que respeitar isso”, conclui.

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