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Consumo

“Cai-cai” ligação vira rotina e falar ao telefone celular é teste de paciência

Lidiane Kober | 17/08/2013 12:18
Segundo Karina, ligações caem todo dia, toda hora (Foto: Marcos Ermínio)
Segundo Karina, ligações caem todo dia, toda hora (Foto: Marcos Ermínio)

“Cai-cai” ligação virou rotina em Campo Grande e falar no celular se transformou em teste de paciência. Indignados, alguns usuários pensam em arremessar o aparelho contra a parede, outros atacam as operadoras e cobram mais qualidade na prestação do serviço. Apesar das queixas, a maioria não oficializa as reclamações e as empresas não figuram na lista do Procon (Superintendência de Proteção e Defesa do Consumidor) das cinco mais problemáticas.

“Todo dia, toda hora as ligações caem”, comentou Karina da Silva Santos, 18 anos. “Para não me estressar, estou optando por mandar mensagens”, emendou. “Da vontade de tacar o celular na parede”, disse o vendedor Heitor Martins, 30 anos. Os dois, no entanto, nunca oficializaram as queixas. “Não vai adiantar mesmo”, afirmou, desacreditada, Karina.

Para Heitor, o problema é a falta de investimento das operadoras em torres. “Estão preocupados em vender e deixam de lado a qualidade”, avaliou. O vendedor, inclusive, disse que o “cai-cai” das ligações já atrapalhou seus negócios. “Dentro do meu escritório não tem como conversar, o sinal cai a toda hora”, reclamou.

Promotora de vendas de uma empresa de telefonia celular, Juliana Pereira, 28 anos, está cansada de ouvir a chiadeira da clientela. “Todo mundo reclama de todas as operadoras e isso tem atrapalhado nosso trabalho”, lamentou. Prevenida, ela anda com quatro chips. “Se um não pega, troco e vou tentando até conseguir falar”, relatou.

Ivone disse que no seu trabalho o celular não pega (Foto: Marcos Ermínio)
Ivone disse que no seu trabalho o celular não pega (Foto: Marcos Ermínio)
Para Alessio, operadoras propagam qualidade que não existe (Foto: Marcos Ermínio)
Para Alessio, operadoras propagam qualidade que não existe (Foto: Marcos Ermínio)

Diante dos problemas, o corretor de imóveis Hildeberto Rubin Alessio perdeu a confiança nas empresas. “Na década de 70, transmiti uma partida de futebol por telégrafo sem cair, hoje, acho que isso não seria possível via celular”, avaliou. “Atualmente, a tecnologia é anunciada pelas operadoras a vertigem e não a realidade propagada”, acrescentou.

Para piorar a situação, a operadora de máquina de costura, Ivone Orrond, 40 anos, disse que no Indubrasil o celular nem sequer faz e recebe ligações. “É preciso ir pela beira da estrada procurando sinal”, disse. “Em caso de emergência, não consigo falar com minha mulher”, declarou o motorista Jorge Luiz Gomes, 45 anos, marido de Ivone.

O casal, porém, também não pensou em procurar o Procon por não acreditar em resultados. “Parece que estou na prisão”, disse Ivone, fazendo menção ao fato de nos presídios ser proibido o sinal de celular. “Acho que na prisão até pega melhor que no Indubrasil”, reagiu seu marido.

Ranking - No ranking de reclamações do Procon, com o nome fantasia Amerciel S/A, a Claro é a campeã de queixas, com 162 registros. A Tim é a segunda com mais reclamações. No total, 69 pessoas se queixaram e a operadora ocupa a oitava posição na lista. Depois, aparece, na décima quinta colocação, a OI, com 59 reclamações. A Vivo recebeu 44 denúncias e ocupa a décima oitava posição no ranking.

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