A quarentena também fez você se tornar a “louca das plantas”?
Tem gente que abandonou os gastos extras em roupas só para se dedicar aos orçamentos e compras de plantinhas. Prioridades, né?
Me tornei a pessoa que eu mais temia: “a tia ou louca das plantas”. Mas não dá para negar que isso traz felicidade. Se até pouco tempo a preocupação era quanto gastaria na mesa do bar ou em compras de roupas, agora vejo muita gente fazendo orçamento de planta para decorar a sala, o quarto e até o banheiro. Prioridades, né? E nas redes sociais você descobre que não está só nessa pegada. Muitos são malucos por plantinhas e o que não falta é dica para começar a levar o verde para dentro de casa sem medo, inclusive, como forma de conforto em tempos de distanciamento social.
Empresária e dona de um viveiro charmoso no bairro Coophasul, Maísa Alexandra Silva, 50 anos, viu as vendas crescerem nos últimos meses. Ela é enfática em dizer que a pandemia ajudou bastante na relação das pessoas com as plantas, pois o cultivo é tratamento terapêutico. “O manuseio e cuidado aliviam o estresse, ansiedade e angústia, uma vez que qualquer planta tem energias positivas”, explica. “Com a pandemia, esses sintomas tem aumentado, e para quem busca uma boa saúde e equilíbrio, as plantas são uma boa sugestão”, acrescenta.
Sobre a mudança de prioridades descrita no primeiro parágrafo, Maísa confirma. “O interessante foi ver uma galera jovem mudando o foco, agora se dedicando a investir em plantas. Eles pedem muitas dicas e compram sem medo.”,
E não há limite quando o assunto é planta. Com a variedade de espécies você pode ter o verde em qualquer cantinho da casa, em área externa ou interna. E esse investimento vale também para quem vive em apartamentos. Nas redes sociais, a médica Juliana Bouchabki é uma das pessoas em Campo Grande que não se cansa de compartilhar como passou a cultivar espécies dentro de seu apartamento
Com muitas dicas para quem quer começar no mundo verde, o primeiro passo, segundo ela, é fazer uma boa pesquisa sobre as plantas que mais gosta e ver se elas se adaptam ao espaço.
“Por exemplo, em apartamento geralmente temos pouca luz, pouca ou nenhuma incidência direta de sol e muito vento. Então precisamos de plantas que se adaptem bem a estas características”, explica.
Uma boa sugestão é a jiboia, begônia ou a peperômia, sugere a médica. “Pois são plantas de meia sombra, e não demandam quase nenhum cuidado especial, com regas em dias alternados”.
Também tem a fícus, que é a planta da moda no Pinterest e no Instagram. “É ótima para apartamento, mas ela requer um pouco mais de cuidado. Se a pessoa é do tipo esquecida uma ótima opção é a zamioculca, ela tolera bem ambientes de sombra e pouca água. Para esses esquecidinhos os cactos e suculentas também são sempre uma boa opção”, sugere.
Influenciada pelas folhagens e flores desde a infância, a analista de sistemas Ruth Nicolle Marques, 33 anos, também não nega a loucura por plantas em suas redes sociais. “Quando mudei para minha casa busquei por uma decoração mais afetiva e plantas fazem parte disso, além de deixar tudo mais aconchegante. Penso que a casa da gente tem que ser refúgio, então há uns dois anos decidi trazer essa tropicalidade para dentro dela, comecei buscando referências na internet.”
Hoje o cuidado intenso com o que ela chama de “selva particular”. “Cuidar de plantas é terapêutico e um processo muito gostoso de aprendizado, cada planta tem seu perfil.”
Por conta da pandemia, ela acredita que a relação e o tempo maior dentro de casa fez com que muitas pessoas olhassem o verde com outros olhos. “As plantas nos ajudam a ficarmos mais tranquilos e relaxados, além de deixar tudo mais bonito e acolhedor. Essa conexão me deixou mais atenta a detalhes, tem ajudado a exercitar a minha paciência e a manter uma rotina já que elas precisam receber certos cuidados e atenção.”
Ela também deixa sugestões para quem quiser começar a cuidar de plantas. “Percebo que as mais cobiçadas para iniciar a selva são as samambaias, e essas são sensíveis, porém caso alguém decida começar por elas a minha dica é muita água, regas todos os dias e ambiente ventilado, outro detalhe é deixá-la livre sem ficar encostada em superfícies”.
Para o empresário Marcelo Rezende, o tempo livre dentro de casa e relação com as plantas o ajudou numa nova rotina. “Você tem que ter os cuidados, manutenção e você cria uma relação muito bacana com o verde ao ver toda a evolução dela dentro da sua casa. É como se fosse um pet que traz vida para dentro do ambiente.”
Ele que sempre gostou de plantas, arranjou tempinho na pandemia para reformar o quarto e inseri-las dentro do ambiente sem medo, inclusive, investiu até em iluminação especial para garantir a fotossíntese mesmo sem a luz natural. “O importante é gostar e avaliar se você realmente vai cuidar da planta. Não adianta comprar e deixá-la abandonada. Mesmo as mais fáceis de cuidar exigem a nossa atenção”.
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