Algumas bancas hoje vendem de tudo, menos revistas e jornais
A revista e o jornal, hoje são expostos em pequenas prateleiras, e se tornaram disfarce na maioria das bancas de jornal da capital. O artigo que deveria ser lógico perdeu espaço até para sandálias.
“Não vende, ninguém compra”, é a reclamação de Cristiane Ribeiro Gahoma, de 36 anos, que para manter a tradição de 53 anos da banca de revistas herdada pelo pai, teve que diminuir o número de jornais e atrair a clientela até com guarda-chuva. “Entram aqui para fazer recarga e às vezes compram algo para ler, mas é difícil com tanta coisa online”.
O custo de uma banca de revista varia de R$170 a R$ 200 mil e quem investiu alto agora se decepciona com a baixa venda dos artigos. Em uma delas, no Centro, as capas divertidas de celulares forram as paredes.
O disfarce é real, já que vender qualquer artigo que não seja de leitura em bancas de revistas é proibido. Por isso, quem recorreu a sorvetes, refrigerantes, presentes e sapatos femininos, tem receio de comentar o assunto e trabalhar sem sossego por saber que não é legal.
“A Semadur não impede, mas faz vista grossa, mas sabemos que não podemos, mas como sobreviver sem vender?”, argumenta José, dono de uma banca na avenida Afonso Pena que pediu para não ser identificado.
A culpada pelo desinteresse dos clientes é a internet, apontam os donos de bancas, mas tem comerciante que sobrevive no ramo, mesmo sem banca.
Em uma loja na rua 13 de Maio, próximo a avenida Afonso Pena, revistas e jornais de maior circulação do Estado se distribuem em várias prateleiras, apesar de reclamação igual a dos que não resistiram. “Teve gente da família que fechou outra loja de revistas. É difícil vender, mas continuo com o tradicional.”