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Consumo

Após muito perrengue, Taylla ensina como ser feliz na vida de sacoleira

Ela ainda conta sobre perrengues e como transformou R$ 1 mil em uma loja de 240 m²

Thailla Torres | 01/04/2021 06:12
Taylla se orgulha em ser sacoleira e decidiu ensinar outras mulheres. 
Taylla se orgulha em ser sacoleira e decidiu ensinar outras mulheres.

A vida de sacoleira da empresária Taylla Maitê, de 36 anos, não é de hoje. A paixão pelas vendas começou ainda na faculdade para ajudar a pagar a mensalidade. Depois, recebeu uma proposta para gerenciar uma loja em um shopping, mas o marido sempre a incentivou ter o próprio negócio. Foi quando ele tirou da carteira R$ 1 mil e deu para Taylla começar a vida de empreendedora.

Para alguns o valor parece ridículo levando em conta os preços de todos os trâmites para se ter um negócio, mas era tudo que Taylla e seu companheiro tinham naquele momento. “Éramos dois recém formados e ainda tentando começar a vida”, lembra.

Assim Taylla se tornou sacoleira de verdade, encarando muito perrengue e longas viagens para escolher roupas e acessórios para vender em Campoa  Grande.

“Passei muitas noites sem dormir, já cheguei fazer 3 viagens em uma semana de ônibus. Já houve situações em que meu pé ficou cheio bolhas de tanto andar para encontrar fornecedores. As viagens são difíceis, não conseguimos descansar no ônibus, não conseguimos fazer nossa higiene pessoal ou comer com tempo”, relembra.

Taylla hoje é dona de loja de roupa feminina em Campo Grande. (Foto: Arquivo Pessoal)
Taylla hoje é dona de loja de roupa feminina em Campo Grande. (Foto: Arquivo Pessoal)

Lidar com a clientela no começo também virou perrengue. “No início não foi fácil, eu trabalhava somente vendendo fiado. Levei vários canos e muitos de pessoas conhecidas. Tive de aprender que ao empreender não se pode misturar a amizade com negócio, porque você acaba perdendo amigos nesse caminho”, conta.

Taylla não tinha carro na época e levava a mercadoria para as clientes em malas de carona. Depois montou uma arara de roupas no quarto de casa e assim nasceu sua loja, a Brumai, que hoje se tornou marca brasileira.

Para dar uma guinada nos negócios, Taylla recorda que teve de aprender sozinha. “Ninguém te ensina o caminho ou se dispõe a ajudar. As pessoas são um pouco individualistas e guardam informações a sete chaves com medo que você roube clientes”.

Por isso, o jeito foi estudar e economizar. “Do meu investimento eu não gastei um centavo. Passei muito aperto, lembro que nem dinheiro para fazer unha eu tinha na época. Fui fazendo capital de giro. O eu recebia quando não levava cano eu reinvestia em mercadoria”.

Taylla em suas longas viagens para fazer compras e vender em Campo Grande.
Taylla em suas longas viagens para fazer compras e vender em Campo Grande.

Após muito perrengue, Taylla entendeu que para ter mais sucesso era preciso se dedicar um pouco aos estudos. “Precisei estudar sobre contabilidade, recursos humanos e aprender a administrar meu negócio. Foi quando me pós-graduei em marketing digital e em vendas de alta performance para conseguir trabalhar por conta”.

Após todos esses perrengues, Taylla decidiu compartilhar sua história e ajudar a mulherada a dar uma guinada na vida de sacoleira. “O maior desafio é o dinheiro para investir em conhecimento. Muitas pessoas não têm condições para fazer os cursos que eu fiz para chegar até aqui e acho extremamente necessário o conhecimento prático e teórico para um empreendedor. Então decidi somar na vida das pessoas com o que eu aprendi. Quero auxiliar na organização e no processo para que permaneçam com seus negócios”, destaca.

Taylla ainda busca reforçar o orgulho pelo termo sacoleira.

“Quero deixar claro que sou sacoleira com muito orgulho. Foi uma sacola de R$ 1 mil que eu transformei em uma loja de 240 metros quadrados. Tudo o que eu tenho como empreendedora eu devo as sacolas”.

Quem tiver interesse pode entrar em contato com Taylla clicando neste link.

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