Avó Nena deixou crochê pras netas, que tem fila de espera por bichinhos
Dupla de irmãs trabalha com técnicas japonesa e de tricotins nos mais diferentes estilos e temas – mas tudo começou por “vó Nena”
Zulmira César de Oliveira, mais conhecida pelo apelido carinhoso de “vó Nena”, já partiu deste do “plano” terrestre, mas não esqueceu de presentear as queridas netas com uma herança simples, mas que fez mudar a vida de Malu e Natasha: a técnica do crochê. Hoje, a dupla de irmãs trabalha bichinhos e outros bonecos super fofos sob encomenda com uma forte clientela – a fila de espera chega a quase dois meses.
“Quando eu fiz o primeiro, pessoal do meu trabalho amou e quis saber se eu iria começar a vender. Até então eu não sabia nem o preço, mas tanta gente começou a pedir que resolvi investir na atividade. Nunca mais fiquei sem encomenda, e isso já faz mais de 4 anos”, comenta Natasha Oliveira, 30 anos.
Formada em ciência da computação, ela pensa, respira e "tricota" os mais variados temas sob a técnica japonesa do amigurumi, usada justamente na produção de bichinhos feitos de crochê ou tricô. Com a irmã Maria Luíza Oliveira, a Malu, também produzem juntas os tricotins, aqueles nomes normalmente pendurados na porta do quarto de maternidade ou quartinho do bebê.
“Vó Nena sempre teve jeito pra isso. Mexia com artesanato, tecido e tudo mais. Quando criança, até consegui aprender as técnicas, mas nunca consegui assimilar o porquê muito menos o jeitinho especial dela fazer uma arte em crochê. Só voltei às origens depois que ela morreu. Fico aqui imaginando o quanto ficaria orgulhosa de mim e da minha maninha”.
A matriarca da família se foi em 2014, aos 81 anos de idade. Segundo Natasha, “ela morreu bem velhinha e feliz”. Desde que vieram ao mundo, as irmãs moraram com os pais e também com “vó Nena”. Assim, cresceram respirando amor.
“Ela foi demais de importante pra gente mesmo. Tinha a paciência de nos ensinar ponto cruz e outras coisas. Sinto muitas saudades da minha Neninha”, revela a neta.
Com pouco tempo, pelo exercício da prática e vendo alguns tutoriais no YouTube, as irmãs Oliveira já estavam fazendo renda. Hoje, Malu cuida basicamente dos tricotins e alguns pedidos de amigurumi. Alternando entre seu emprego fixo e as encomendas, Natasha lida apenas com a técnica japonesa. Assim, uma ajuda a outra e juntas cresceram tanto na qualidade quanto na clientela.
“Já recebi pedidos e enviei pra alguns famosos. Um exemplo é a mãe da Giovanna Ewbank, além de Cid do blog ‘Não Salvo’. Pra ele foram duas vezes”.
No final de 2019, um dos bonequinhos foi parar nos Estados Unidos para participar da quinta edição internacional do World Amigurumi Exhibition.
“O tema foi espécies ameaçadas de extinção, então resolvi enviar uma arara, justamente para homenagear Mato Grosso do Sul. Foram mais de 400 inscrições e apenas 110 artistas escolhidos de 43 países”, afirma.
Assim como na feira, a dupla de irmãs lançou uma coleção totalmente exclusiva com a temática dos animais do nosso Pantanal, mais uma parceria que elas conseguiram com uma loja de Dourados.
Tenha o seu também – O preço dos bichinhos variam de acordo com a complexidade do projeto, entre R$ 30 a 250 por amigurumi . Já a técnica do tricotin, o valor é calculado por 6 reais por letra no nome. Caso o cliente queira acrescentar algum desenho junto, também depende do modelo.
Pedidos podem ser realizados pelo perfil @migusdatasha.
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