Comércio livre na internet tem até venda de pistolas e espingardas
Entre roupas, pneus, móveis, eletrônicos, é cada vez mais comum observar também a comercialização livre de armas na internet. Em meio aos produtos de um grupo de venda do Facebook, criado em Campo Grande, a oferta de espingardas e pistolas é corriqueira.
Na página Venda Tudo Aqui, no Facebook, a arma mais oferecida é a espingarda de chumbinho calibre 5.5, a maioria com o valor de R$ 350. Pelo preço, o comprador ainda leva acessórios como luneta, caixa de chumbinho e até case impermeável.
Outra arma que é oferecida na página de comércio livre é a pistola de pressão CO2, semi-automática, sendo uma com 3 cilindros de gás e outro com 4. Os preços variam de R$ 500 a R$ 700.
De acordo com o delegado titular da 1ª Delegacia de Polícia de Campo Grande, Wellington de Oliveira, este tipo de comercialização de armas é proibida, mesmo que os modelos não exijam a legalidade do porte.
“Qualquer tipo de simulacro é proibido vender no comércio livre, são armas que oferecem risco, que podem machucar, sem contar que pode ser usada de má fé, pois não dá para saber se é de verdade ou não”, alerta o delegado.
Outro problema apontado pelo delegado, que pode configurar crime, são os tributos desviados. “Pode caracterizar contrabando ou extravio”, pontua.
O titular da 1ª DP orienta que o comércio de arma de fogo precisa ser autorizado. “Não é permitido vender sequer arma de brinquedo, quem dirá armas com potencial para ferir uma pessoa”, afirma.
Venda Tudo Aqui - Segundo o administrador do grupo “Venda Tudo Aqui”, Dilson Walkares Rodovalho Filho, mais conhecido como Dilsinho MadMax, todos os usuários preenchem um cadastro e precisam ser aceitos antes de fazer parte da rede e poder anunciar os produtos, que devem ser estar de acordo com a norma de publicação e conduta do grupo.
Dilsinho explica que é proibida a comercialização de produtos ilícitos, eróticos, animais protegidos por lei, além de entorpecentes e armas de fogo. Porém, cada integrante do grupo é responsável pelos itens que anunciam. “Apenas criei uma ferramenta na qual as pessoas pudessem gerar uma renda extra, mas eu mesmo não ganho nada com isso”, afirma o administrador.
Sobre as espingardas e pistolas que estão à venda no grupo, Dilsinho deixa claro que desconhece a proibição de comércio. “Mas se for errado, eu coloco uma norma no grupo e não permito mais o anúncio deste tipo de produto”, afirma.
O “Venda Tudo Aqui” faz parte da rede Ciclommerce, que abrange 25 grupos de comércio livre no Brasil. No total, de acordo com Dilsinho, são 200 mil pessoas que cadastradas que são administradas por ele.