De sorvetinho a churros, inflação encareceu nossos itens mais afetivos
Perfeito pra aliviar o calorão, até o sorvete de casquinha não está mais tão doce assim; e você, tem noção de quanto tá custando?
Com essa onda de calor nas últimas semanas, que tal um sorvetinho para gelar a boca? E esfriar o bolso, assim que você descobre o preço que sai a unidade. Mas tudo bem, ainda é permitido escolher o sabor que preferir, não é? Mas quanto ao valor da casquinha… não tem opção. Com a inflação nas alturas, não há quem não congele de susto.
"Quando começamos, vendíamos a R$ 1, mas hoje é R$ 3. Um pacote de açúcar custava R$ 0,50, e agora tá quase R$ 5. Tudo aumentou, açúcar, leite, energia, tudo", reclama Lucas Nunes, que tem um negócio familiar há 17 anos com a venda de salgados e sorvetes na avenida Afonso Pena, perto da Casa do Artesão.
E pelo visto o valor da casquinha vai ter que subir de novo. "A gente já está pensando em aumentar o preço novamente, não tá dando conta. É uma questão de se manter, sobreviver mesmo, nem é para gerarmos lucro como tínhamos antigamente". Segundo ele, e conferido pelo Lado B, os outros concorrentes já fizeram a mesmíssima coisa.
Nas ruas, as opiniões são mistas. "Antes a casquinha era menos de R$ 2,50, agora tá R$ 3-4", comenta uma jovem menina. "Eu não lembro ser diferente", falou a tia da garota. O povo ou sofre de esquecimento ou não tem muito o que fazer, afinal o alto cifrão caiu em hábito. Mas como dizem por aí, dinheiro não aceita desaforo.
Já na Praça Ary Coelho flagramos Maria Virgínia, que ficou boquiaberta ao saber o custo do saco de pipoca. "Eu até me assustei! Não é possível, tá tudo muito caro. Só pode ser essa crise de corona mesmo". A mulher garante que pagava R$ 2 pelo saquinho – e até o pipoqueiro concordou – mas isso já faz um longo tempo atrás.
"Você imagina, quando comecei a vender pipoca, o queijo mesmo custava R$ 4-5 reais o quilo. Agora, tá mais de R$ 30. E o preço do meu produto não pode subir tanto para assustar a clientela", explicou Seu Bernardino, que há 42 anos segue firme e forte com seu carrinho de pipoca. Mas no final das contas, não teve jeito, ele deixou Maria Virgínia surpreendida. "É o queijo, é o óleo, é o milho. Tudo subiu".
E o que falar do eterno amado churros? Até ele entrou na alta. "Eu estava vendendo a R$ 2,50 pro pessoal comprar, mas agora chegou num ponto que pelo menos a R$ 3 tenho que vender", afirmou a vendedora Aidê Barbosa. Há 15 anos na rua, ela prepara e frita o doce na hora, mas o tempo em que vendia a R$ 1, até R$ 0,50 por unidade, já passou.
"E tudo isso ainda vai demorar pra melhorar. Tá feia a coisa. Se bem que não posso reclamar, pelo menos tô tendo cliente, pessoal tá vindo, tá comprando, graças à Deus. Fiquei 3 meses sem vir ao Centro, mas agora tamo indo".
Que essa "demora" a que Dona Aidê se refere tenha um prazo mais curto de validade, porque no momento de barato só mesmo o marido da barata. Sejamos otimistas.
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