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Consumo

Em bastidores de madeira, Rafaela borda retrato e até ultrassom

Foi com a agulha e linha de sua mãe, que ela arriscou os primeiros pontos do bordado e hoje usa criatividade para criar acessórios

Alana Portela | 05/07/2020 07:30
O resultado de uma ultrassom obstétrica virou bordado e foi parar num bastidor de madeira. (Foto: Rafaela Gizzi Cassapula )
O resultado de uma ultrassom obstétrica virou bordado e foi parar num bastidor de madeira. (Foto: Rafaela Gizzi Cassapula )

Após ganhar linha e agulha de presente, Rafaela Gizzi Cassapula aprendeu a bordar e hoje usa criatividade para transformar a habilidade em objetos de decoração e acessório. A ideia iniciou em bastidores de madeira, onde passou a reproduzir fotos e até ultrassom. Aos poucos, aperfeiçoou as técnicas e agora cria também pingentes para colares, pulseiras e marcadores de página.

O primeiro bordado no bastidor de madeira foi a reprodução de uma tatuagem que está no braço de Rafaela Gizzi Cassapula. (Foto: Rafaela Gizzi Cassapula )
O primeiro bordado no bastidor de madeira foi a reprodução de uma tatuagem que está no braço de Rafaela Gizzi Cassapula. (Foto: Rafaela Gizzi Cassapula )

“Sempre tive contato com linhas, agulhas e tecidos. Minha mãe gosta muito dessas coisas e faz muitos artesanatos. Ainda criança, ela me ensinou crochê com barbante e ponto cruz. Aprendi o básico, mas nunca me interessei em desenvolver mais isso. Aí, um dia, vi pela internet o bordado livre e adorei. Quis me desafiar a aprender só para bordar uma tatuagem que tenho e que gosto muito”, conta ela sobre como tudo começou.

Rafaela é uma jornalista campo-grandense de 32 anos, que hoje mora em São Paulo. Simpática, ela conversa com o Lado B e recorda de quando resolveu abraçar o artesanato. “Em 2017, fui na casa dos meus pais em Campo Grande e futriquei as coisas da minha mãe. Encontrei um bastidor e um tecido com a trama bem fácil de bordar, além das várias linhas que tinha. Com esses materiais em mãos, busquei tutoriais na internet”.

Rafaela Gizzi Cassapula sentada na cadeira, bordando num bastidor de madeira. (Foto: Arquivo pessoal)
Rafaela Gizzi Cassapula sentada na cadeira, bordando num bastidor de madeira. (Foto: Arquivo pessoal)

Com os tutorais, ela conheceu os pontos básicos e decidiu treinar bordando um coração grande. “Vi que não era tão difícil assim e fui estudando mais. Então, comecei o bordado livre com o mais fácil, o ponto atrás. Quando me senti segura nele, passei para os outros pontos como o haste, corrente, nózinho francês e por aí vai. Foram vários corações de vários pontos”.

O objetivo na época, era colocar no tecido, uma tatuagem que tem no braço. “Assim que entendi todos os pontos, comecei o desenho. Pra isso, eu e minha mãe fomos num armarinho em Campo Grande e compramos um bastidor novo e um tecido mais legal, o algodão cru, que é o mais usado para bordado livre. Ele tem a trama bem fechadinha, mas ao mesmo tempo fácil de bordar”.

O bastidor de madeira ganhou bordado com o nome Maitê e algumas flores. (Foto: Rafaela Gizzi Cassapula)
O bastidor de madeira ganhou bordado com o nome Maitê e algumas flores. (Foto: Rafaela Gizzi Cassapula)

Naquele tempo, Rafaela não estava trabalhando e o bordado foi uma forma de manter a mente ocupada. “Querendo ou não eu me sentia meio inútil. Só meu marido trabalhava e eu queria me sentir melhor, além dos afazeres da casa. Mas, nunca vi no bordado uma possibilidade de trabalho. Até que, depois do meu bordado da tatuagem, compartilhei no meu Instagram pessoal e uma amiga pediu pra bordar um desenho, para presentear uma sobrinha que ia nascer”, lembra.

O pedido foi aceito e após receber o desenho que a amiga queria, Rafaela estudou como faria para passar mais uma arte para o tecido e colocou a mão na massa. Tempo depois, a encomenda foi entregue com sucesso e logo surgiram mais. “Num dado momento, estava mesmo trabalhando com isso. As linhas e agulha que eu tinha, eram as que minha mãe havia me dado, que estavam na casa dela. Era bastante material, mas com as encomendas, passei a comprar mais linhas, bastidores e tecidos”.

Os bastidores costumam ser para decoração da casa, dá até para pendurar na porta do quarto. No material, ela já reproduziu retrato de família, fez desenhos lúdicos com nomes para quartinhos de bebês e até já bordou dois ultrassons.

Retrato de casal virou bordado no bastidor de madeira para decorar casa. (Foto: Rafaela Gizzi Cassapula)
Retrato de casal virou bordado no bastidor de madeira para decorar casa. (Foto: Rafaela Gizzi Cassapula)

“O primeiro ultrassom, fiz para uma amiga. Ela mandou a imagem no nosso grupo de amigas do WhatsApp para anunciar a gravidez. Aí, como já tinha visto um perfil gringo com bordado assim, e tinha tecido preto e linha clara, testei. Achei o resultado lindo e postei no meu Twitter e lá, uma moça pediu um para o baby dela”.

Não demorou muito e logo Rafaela também teve a de criar acessórios. “Um dia, na 25 de março, durante minhas andanças para comprar materiais, vi mini bastidores pra pingente e achei muito fofo. Comprei alguns e postei, aí já surgiram as encomendas. Depois descobri os marcadores de página e as pulseirinhas que fazem bastante sucesso também. Esses são mais detalhados porque a área de bordado é super pequena”, explica.

A cada pedido, um desafio diferente. “Quando recebi as primeiras encomendas, quase desistir e abandonei isso porque não sei desenhar”, lembra. No entanto, apesar das dificuldades, ela decidiu que queria criar nos tecidos. “Tinha certeza que não queria reproduzir desenho dos outros, queria coisas autorais”.

Outro ultrassom de bebê que foi parar no bastidor de madeira. (Foto: Rafaela Gizzi Cassapula )
Outro ultrassom de bebê que foi parar no bastidor de madeira. (Foto: Rafaela Gizzi Cassapula )

Os estudos sobre bordado continuaram, até que descobriu que era possível ela mesma criar os desenhos no Ilustrador, um programa da internet. Hoje, os trabalhos são feitos conforme os pedidos dos clientes. “A pessoa me fala mais ou menos o que quer, faço um rascunho e envio para aprovação. Já teve gente que mandou desenho feito. Quando é bordado de foto, me mandam a foto e passo o risco para bordar”, revela.

Pingentes bordados com flores e com a palavra "madrinha". (Foto: Rafaela Gizzi Cassapula )
Pingentes bordados com flores e com a palavra "madrinha". (Foto: Rafaela Gizzi Cassapula )

Hoje, ela conta com o auxílio de um Ipad para transferir o desenho para o tecido. “Aumento o brilho, travo a tela e coloco o tecido em cima. Aí, passo com a caneta que sai com o calor. Quando o desenho tem muitos detalhes ou o tecido é colorido e não consigo passar com o Ipad, passo a imagem para um papel de seda e improviso uma mesa de luz, com luz forte de baixo pra cima, deixando papel embaixo e o tecido em cima”.

Quando o é tecido preto, ela usa o carbono para tecido escuro. “O bordado de ultrassom, por exemplo, que tem muitos detalhes, uso o carbono. No começo é complicado, mas a gente vai pegando prática e desenvolvendo as próprias maneiras de fazer as coisas”.

O bordado a ajudou muito no período que não trabalhava com jornalismo. Contudo, atualmente, ela atua na área em São Paulo, porém, não deixou de bordar. “Não consigo dar total atenção ao bordado como antes, mas ainda recebo encomendas e sigo fazendo. É terapêutico, prazeroso, como toda arte é”.

Os marcadores de páginas também foram bordados. (Foto: Rafaela Gizzi Cassapula )
Os marcadores de páginas também foram bordados. (Foto: Rafaela Gizzi Cassapula )

O valor das encomendas varia de acordo com o pedido. Um bastidor de 14 centímetros para cima, geralmente custa entre R$ 100,00 a R$ 200,00. Mas, é preciso conversar com Rafaela para definir o custo extado do pedido.

Serviços – As encomendas podem ser solicitadas através do e-mail rafagizzi@gmail.com ou pelo direct do Instagram @cafecomsorverte.

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Pulseira com o bordado de uma folha verde. (Foto: Rafaela Gizzi Cassapula )
Pulseira com o bordado de uma folha verde. (Foto: Rafaela Gizzi Cassapula )


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