Feira de "velharias" oferece de carro a liquidificador e quer virar tradição
Na 1ª edição da Feira de Antiguidades e Velharias de Campo Grande, até uma Brasília foi colocada à venda. Ano 76, com motor e manual originais, o carro é oferecido por um dos organizadores do evento, justamente para mostrar que está disposto a fazer do encontro uma tradição na cidade.
Erich Pontes, de 39 anos, comprou o carro em São Paulo, assim como a maioria dos objetos que coleciona. Faz trocas ou compra no bairro do Bixiga e outros pontos da capital paulista, um centro deste tipo de produto no País.
A Brasília ele pretende vender por R$ 6.2 mil, para montar uma loja com o dinheiro e continuar vivendo do que gosta: vender velharias. “Já trabalhei com um monte de coisa, até com bicicleta. Mas o vintage está na moda e o retorno financeiro é muito positivo”, explica.
Na lista de peças oferecidas por Erich há muita decoração e eletrodomésticos - da vitrola ao liquidificador, e até um carimbador de selos, vindo de Bauru (SP). Para ganhar dinheiro, montou no Facebook o “Coisas das Antigas” e já conseguiu fazer bons negócios. “Vendi um carrinho de brinquedo ano 82, na caixa, por R$ 1.5 mil”, conta.
José Carlos, dono do “Arco da Velha” reuniu alguns produtos que vende na loja retrô da rua 7 de Setembro. “Não tive tempo de selecionar muita coisa. O vinil da banda Camisa de Vênus, por exemplo, eu esqueci de trazer”, lembra ao mostrar outros LPs das antigas. Mas vieram a filmadora, o barbeador dos anos 50 e tantos outros itens de colecionador, com valores entre R$ 10,00 e R$ 150,00.
A feira é feita por um grupo que resolveu reunir o que gosta e usar o apelo à memória para fazer as pessoas comprarem. A empresária Simone Vital Raslan é uma das compradoras com potencial para gastar. Entre uma olhada e um comentário, ela explica porque resolveu comparecer. “Gosto desse tipo de feira porque tudo aqui me faz voltar à infância”.
Na primeira edição não houve muito produto à mostra. Os vendedores levaram muita coisa encontrada em fazendas do Estado, como aqueles ferros antigos de passar roupas. Mas o forte é o urbano retrô. Como o liquidificar lindinho dos anos 50, a balança de quase 70 anos ou a caixa registradora enferrujada, por apenas R$ 50,00.
Tem de tudo na feira montada na rua José Antonio, na varanda da Loja Gaveta, um brechó cheio de roupas e acessório bacanas. Também há muitas peças que não servem mais para nada além de colecionar, como a vitrola que já não toca discos.
Um dos comerciantes do evento, Plínio da Silva, levou a coleção de canetas, algumas raras, ao preço de R$ 1.5 mil. Um delas, da edição limitada em homenagem a Getúlio Vargas, sozinha custa R$ 600,00.
O evento é organizado pelo Brechó Gaveta, Arco da Velha e Coisa das Antigas, com o desejo de transformar o local em algo do tipo “Feirinha Benedito Calixto”, uma das mais famosas do Brasil, realizada em São Paulo aos sábados, com quase 300 barracas que misturam brechó e antiquário.
Ainda não há data para a próxima edição, mas assim que o dia for definido, o Lado B vai divulgar. A feira deve ocorer sempre na rua José Antonio, 31.