Lojinha virtual traz de moda a decoração feito só por artistas de MS
Para manter negócios vivos, pequenos comerciantes se juntam em site de venda com produtos de tudo que é tipo
De 2020 pra cá, muitos comércios ficaram na corda bamba devido a pandemia de covid-19. Se os grandes já sofreram, imagine então os pequenos lojistas. Fora aqueles que nem conseguiram segurar as pontas e tiveram que fechar as portas. Pensando em uma forma de sobreviverem ao período, um coletivo de artistas daqui de MS se uniram em um site de vendas que só tem coisa bacana.
Do macramê ao crochê e bordado de avó, passando por moda e vestuário, acessórios fashion (bolsas, óculos, turbantes, relógios, etc.), arte e ilustrações, cadernos e papelaria, objetos de decoração, bonequinhos de pelúcia, itens de beleza e mais. Preços variam muito, de R$ 18,00 a R$ 290,00 dependendo do produto.
No projeto Vitrine do Mato, só participam empreendedores locais da chamada economia criativa. Em resumo, é o setor econômico formado pelas indústrias criativas. Na prática, quando a união e colaboração dos pequenos se juntam para a venda de produtos considerados "artísticos", fazendo assim uma resistência às grandes marcas.
"Muitas vezes, o barato sai caro. Você pode até comprar uma roupa com um preço 'imbatível', mas por trás disso está financiando práticas erradas como o trabalho escravo, por exemplo. Quando se valoriza produtos feitos manualmente, você sabe de quem está comprando, como é o processo. Fora que se trata de uma exclusividade, um diferencial do que ir e comprar algo no shopping”, defende Fábio Castro de Brito, criador do Vitrine do Mato e que também é um pequeno comerciante na economia criativa, dono da Touché Camisetas.
Entre os participantes, está a designer Mary Saldanha, 61 anos, da marca de decoração Polca. "Acho fundamental a gente enquanto sociedade priorizar iniciativas ao nosso redor, o que inclui comprar dos pequenos empreendedores como nós. Durante a pandemia, esta necessidade se ampliou. E nós enquanto artistas temos o dever e a alegria de produzir itens que tenham a ver com o imaginário do nosso público. Saciar vontades e necessidades, este é o nosso lema e desafio", esclarece.
Assim como ela, outros artistas também foram convidados por Fábio – um time criativo de comerciantes que já se conheciam de época anteriores e até se cruzavam em feiras e eventos de artesanato. Mesmo caso de Kossi Ezou, 29 anos, dono da marca de vestuário AyeleTissu.
"Quando recebi o convite, não hesitei em participar. Muito importante esse movimento para fortalecer os nossos negócios. Ainda mais nesta pandemia que se já está quebrando os grandes, imagina nós os pequenos comerciantes… uma ideia inovadora e que potencializa um crescimento conjunto", afirma.
Já Raique Moura, artista visual douradense de 27 anos, dono da marca Giráfolhas, espera que o projeto tenha vida longa. "O Vitrine do Mato tem muito a agregar os trabalhos de todos, primeiro como uma forma de projetar os participantes para um público diferente do que se recebia nos eventos antes presenciais da cidade e, segundo, como uma forma de driblar toda situação que estamos enfrentando", sugere o artesão.
Plataforma que também traz representatividade. "Queremos dar cada vez mais visibilidade aos empreendedores de diferentes raças, gêneros, sexualidade e, principalmente, diversificar os seus produtos. É um site de espaço aberto que não recorta, apenas abraça o criativo. Uma atitude de praticar efetivamente ações afirmativas para todos", finaliza Fábio.
Para acessar o Vitrine Virtual, basta entrar pelo link oficial do site.
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