Materiais que iriam para o lixo viram bolsas pelas mãos de Isabel
A Eco Linhas surgiu em 2018, quando ela passou a se questionar para onde iam os sacos de cebola do mercado
Criada em uma família cercada por artesãos, a artesã Isabel Muxfeldt, de 66 anos, aprendeu desde cedo a importância da reciclagem e do reaproveitamento de materiais. Vinda de uma família onde todo material sempre se transformava, ela começou a criar lindas peças utilitárias a partir de materiais que, ao chegar no final da vida útil, provavelmente acabariam no lixo, como lonas de caminhão e cintos de segurança.
Isabel conta que cresceu assistindo sua mãe e avó, que eram apaixonadas por trabalho manual, criando flores de tecidos, crochês, costura frivolité, onde tudo era reaproveitado. Foi assim que Isabel cresceu tomando consciência de que boa parte dos materiais do cotidiano, que normalmente virariam lixo, poderiam se transformar em objetos utilitários.
“Minha avó fazia sacolinhas de crochê, com saquinhos plásticos que eram cortados e viraram fios, meu pai sentava ao lado do fogão à lenha para desembaraçar os fios de lã que sobraram para a minha mãe crochetar”, relembra.
A ideia de criar o Eco Linhas surgiu em 2018, quando ela passou a se questionar para onde iam os sacos de cebola do supermercado. Foi então que ela percebeu que o material poderia ser reaproveitado para confeccionar bolsas.
Em pouco tempo, Isabel começou a notar em materiais pouco convencionais uma serventia dentro do artesanato, e passou a trabalhar também com lona de caminhão, cinto de segurança e big bags. Com esses materiais, ela produz eco bags, marcadores de página, porta-vinho, porta-óculos, porta-celular, brindes corporativos variados e lixos para carro.
“Eu retiro a lona do nosso parceiro, que antes ele mandava por lixo, agora ele nos doa e a gente transforma. Então nós temos que higienizar, desmanchar, para depois produzir. Aí, depois que a gente fez todo esse processo de higienização, é que a gente vai começar a costurar”, explica.
Todas as peças ainda vão acompanhadas por um bilhete, que, nas palavras de Isabel, serve para transmitir todo o carinho que ela sente em transformar ‘lixo’ em produtos artesanais.
“Quando tu transforma um produto sujo numa coisa bonita, é porque você tem carinho pelo material. Eu gosto de bilhete, porque eu acho que o bilhete passa ainda mais esse carinho. Eu me sinto muito feliz quando vejo um produto tão feio se transformar numa coisa tão bonita. Isso enche meu coração”.
As peças custam entre R$ 20 e R$ 130. Quem quiser conhecer o trabalho de Isabel, basta acessar o perfil no Instagram @ecolinhas.
Confira a galeria de imagens:
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