Na cerâmica, Marina encontrou jeito autêntico de tomar chá e café
Com peças artesanais e que fazem referência à natureza, Marina produz peças com formas nada convencionais
Em 2020, logo no início da pandemia, a artista plástica Marina Torrecilha viu suas produções com a ilustração digital caírem. Ela também não sentia mais que conseguia trabalhar enquanto o mundo lá fora passava por uma transição caótica. Foi então que na tentativa de produzir peças mais utilitárias para casa, ele mergulhou no universo das cerâmicas e conquistou peças originais e que fazem referência a Mato Grosso do Sul.
“Estava muito difícil sentar na frente do computador e dar qualquer coisa de mim”, lembra.
Na jornada da argila, diversas vezes a modelagem e a escultura atraíram Marina. “Meu TCC, por exemplo, foi sobre modelagem de personagens para stop motion, onde produzi espuma de látex, material muito utilizado antigamente na indústria de efeitos especiais”, conta.
Então ano passado, quando estava navegando em um site de banco de imagens, ela começou pesquisar sobre cerâmica utilitária e quis fazer algumas peças para a própria casa. “E foi incrível! A conexão com o presente que a argila te obriga a ter trouxe uma sensação de paz e uma restauração junto com a força da natureza, pois a água e o barro trazem isso, te guiam para um caminho de produção conectada à ancestralidade. A humanidade trabalha no manuseio da cerâmica há milênios, e isso influenciou não só a criar, mas a estudar o assunto”, descreve.
Assim criou a própria marca, Copa de Barro, onde busca fazer peças rústicas utilitárias, baseada também nas próprias necessidades que tem com os chás, cafés e sucos. “Então faço a opção xícara, expresso e copos maiores com pires e alguns bules. Como ainda não tenho algumas ferramentas que ceramistas usam, como o torno e o forno, faço mais à mão mesmo”.
Marina conta que gosta da textura e da cor da sua argila. “Ao mesmo tempo em que ela lembra uma areia, ela parece casquinha de sorvete, daquelas que a gente tomava na infância, sabe? Então acho bem aconchegante beber os líquidos nelas”.
As produções são baseadas na natureza, parte potente da sua existência e criação. “Minha mãe é bióloga, fundou e ajudou na fundação de muitos parques nacionais aqui no estado como o Parque Nacional da Serra da Bodoquena. E meu pai é engenheiro agrônomo, apaixonado pela natureza, sempre criou muitos animais então cresci fazendo parte disso tudo”.
E como ambos sempre tiveram sensibilidade e carinho com as florestas e os animais, Marina cresceu em um lar cheio de vida, plantas, cores e bichos. “As frutas nativas estão espalhadas pelo meu quintal, então já hospedamos famílias de araras, tucanos, papagaios, corujas diversas, araçaris. Até um casal de tiú passeia de tempos em tempos pelos fundos. Quando eu era criança achava que eram jacarés, então trago isso nas peças”.
Recentemente, Marina conheceu um dos sítios arqueológicos de Mato Grosso do Sul, em Alcinópolis, onde teve contato com as pinturas, assim iniciou algumas peças com registros rupestres.
Com as queimadas ocorridas no Pantanal e em várias outras regiões do Estado e do Brasil em 2020, Marina tomou a decisão de contribuir financeiramente com ONG’s através das suas vendas. Uma parte do lucro ela envia envio para Comitiva Esperança, que hoje desenvolve diversas ações no Pantanal.
Para encomendas, basta seguir Marina em seu perfil no Instagram.
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