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Consumo

Neta coloca mão no barro e cria peças que homenageiam avô terena

Peças trazem ícones do Pantanal e são inspiradas na força da família indígena

Thailla Torres | 07/04/2022 07:10
Tuiuiú é animal que Janir mais gosta de levar para os pratos decorativos. (Foto: Paulo Francis)
Tuiuiú é animal que Janir mais gosta de levar para os pratos decorativos. (Foto: Paulo Francis)

De origem terena, a artesã Janir Gonçalves Leite, de 55 anos, cresceu vendo a relação de seus familiares com o artesanato, mas não seguiu o mesmo caminho nas primeiras décadas de vida. Até que ano passado, depois de conhecer de perto o trabalho de uma anciã em Aquidauana, ela resolveu colocar a mão no barro e se redescobrir com a arte da família.

“Eu sempre gostei da cerâmica e tive interesse, mas nunca botei a mão no barro. Foi quando tive a oportunidade de promover a oficina de resgate da tradição da cerâmica indígena na Aldeia Ipegue, em Aquidauana. Lá conheci uma anciã que trabalha com o barro confeccionando potes e os queima no fogo a lenha”.

Ao ter a chance de manusear a matéria prima, Janir diz que se sentiu tocada pela experiência. “Senti que precisava aprender, porque remetia, também, à história do meu povo”.

Assim, Janir passou a estudar técnicas, treinar e confeccionar as próprias peças. Com o tempo, surgiram pedidos de amigos e, assim, ela decidiu criar a própria marca, a Turu.

Peças são inspiradas na história da família e nas raízes sul-mato-grossenses.
Peças são inspiradas na história da família e nas raízes sul-mato-grossenses.

O nome é o mesmo do avô, indígena terena que sempre amou ver a casa cheia, fazia mutirão de colheita e outras tarefas que envolviam a participação da família.

“Além disso, Turu é o que agrega, é a pessoa forte. E a cerâmica é forte, embora pareça frágil, ela se torna forte durante a confecção, por isso, escolhi esse nome.”

A homenagem fez nascer a produção de pratos decorativos com imagens do Pantanal, para homenagear também as belezas da natureza sul-mato-grossense.

“Me apropriei de algumas técnicas e fui para aquilo que eu me identifiquei, mais especificamente os animais. É agradável olhar para os pratos e enxergar em cada traço a nossa história.”

Além da produção dos artesanatos, que ela leva para feiras e eventos culturais, Janir tem vasta experiência na promoção de atividades que geram renda. Já atuou em São Paulo com programas de empreendedorismo dedicado às mulheres e em Mato Grosso do Sul com ações que valorizam a cultura e identidade sul-mato-grossense.

Hoje, se sente realizada e transformada com a produção de artesanatos.

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Quando eu olho pra mim e para as minhas peças, eu sinto que me encontrei. É como se eu tivesse encontrado meu caminho após começar a mexer com o barro”, finaliza.

Quem tiver interesse nas peças de Janir, o contato é pelo (67) 99113-1010 (Whats).

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