Rifa de orquídea foi o pontapé para Gabriela vender bolos e sair da crise
Em Coxim, Gabriela começou a vender bolo por conta da crise do coronavírus, mas precisou de muita gente para viabilizar o sonho
Quantas vezes já não comeu bolo com sabor de bolo de mãe? É, isso mesmo, não é bolo de chocolate, fubá, milho ou qualquer outro ingrediente, é bolo com sabor de bolo de mãe. E às vezes nem é nossa mãe quem faz, mas alguém que colocou tanto afeto naquele alimento, que nos lembra as nossas mães.
Rodeada pelos dois filhos pequenos na cozinha, um de três e anos e outro de nove meses, Gabriela Leon de Souza Pereira, de 23 anos, moradora de Coxim, usa como principal ingrediente em suas receitas de bolo o amor que sente pelos filhos e como esse sentimento a fez superar um dos momentos mais complicados de sua vida.
Gabriela, que é de Campo Grande, mora em Coxim há sete anos. A exemplo de milhares de brasileiros, seu marido, Weverton Nery pereira, ficou desempregado no começo da pandemia e não conseguiu se reinserir no mercado de trabalho por conta dos reflexos da crise.
“O cenário aqui em Coxim ficou difícil, muita gente com medo de lockdown e isso afetou a possibilidade de meu marido conseguir um emprego. Com o dinheiro da minha licença maternidade eu consegui pagar o aluguel e com o vale alimentação consegui fazer uma compra no mercado. Só que ainda tinha todas as outras contas, água, luz, coisa pras crianças”, diz Gabriela.
Foi então que, junto do marido, surgiu a ideia de fazer bolos para vender. De aproveitar um dom, que é cozinhar, para ajudar a sair da crise, foi então que nasceu a ideia do “Bolo de Mãe”.“Todo mundo dizia que eu cozinhava muito bem, mas eu nunca levei isso como uma possível profissão, pra mim sempre foi algo natural, fazia pra minha família”, recorda ela.
O processo de viabilização da Bolo de Mãe diz muito sobre as dificuldades que o casal passou. Sem dinheiro para comprar todos os vários ingredientes das receitas, Gabriela recebeu uma orquídea da sogra, que virou uma rifa. Com o dinheiro arrecado com a rifa, ela conseguiu comprar os produtos e utensílios necessários.
“Foi importante porque todo mundo se envolveu, eu me senti muito feliz com isso, e eles não estavam comprando uma rifa, estava comprando meu sonho comigo”.
Outra dificuldade foi a divulgação. Coincidentemente, os celulares dos dois quebraram bem no começo da pandemia também. Sem meios para criar a página no Instagram, Gabriela esperou Weverton conseguir o auxílio emergencial para arrumar o celular dele.
“Como Instagram consome muita internet, no começo eu tive que usar o wi-fi da igreja que frequento para montar a página, alimentá-la e ir respondendo os pedidos”.
Foi a partir da necessidade de cuidar dos filhos que Gabriela começou a vender bolos, e é por isso que ela diz tentar transmitir todo esse sentimento no produto que chega na casa das pessoas. “Eu quero não só apresentar um produto, mas eu quero que as pessoas sintam tudo isso sabe. Que é um bolo de mãe”.
Visite a página Bolo de Mãe.
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