“Camaro Amarelo” entra na lista de obras que podem cair em prova da UnB
Uma das universidades com seleção mais concorrida do País incluiu a canção Camaro Amarelo, de Munhoz e Mariano, na lista de obras musicas que podem ser cobradas nas provas deste ano.
A UnB (Universidade de Brasília) surpreendeu ao divulgar a nova relação da primeira etapa do PAS (Programa de Avaliação Seriada), com canções como o rap “Vida Loka Parte II”, dos Racionais MC.
Mas não só hit sertanejo do tipo universitário entrou na relação dos conteúdos obrigatórios. Também está na lista “Cuitelinho”, interpretada por Pena Branca e Xavantinho.
A Universidade justifica que quer provocar nos jovens reflexões sobre passado e futuro, apresentar a eles diferentes pontos de vista sobre a cultura brasileira e, em última instância, formar jovens mais tolerantes.
Na reformulação dos itens que podem ser contemplados nas questões da prova, também foram incluídas “Primavera”, de Vivaldi, e “Infortúnio”, de Arrigo Barnabé.
Camaro Amarelo é do cantor e compositor Marco Aurélio. Para ele, a avaliação da UnB comprova que muitos estão errados ao atacar o sertanejo universitário. "É o contrário, por exemplo, do que disse o Tico Santa Cruz (Detonautas) quando atacou a música dizendo que não precisava de Camaro Amarelo para arrumar mulher, mas só de cérebro".
Em entrevista coletiva hoje, Rogério Basali, consultor da Gerência de Interação Educacional do Cespe/UnB justificou a escolha.“Não tem a ver com gosto. A escolha das músicas, por exemplo, tem a ver com a identidade dos grupos de jovens, da noção de indivíduo, cultura e identidade. Os contrastes das canções mostram universos diferentes, importantes para a formação deles”.
O PAS é como um vestibular, aplicado ao final de cada ano do ensino médio aos estudantes que querem entrar na UnB. Ao fim das três etapas, a notas são somadas.
As músicas dividem espaço com livros, filmes, obras de arte, peças teatrais, todos aprovados em reunião no final de dezembro.
Veja a lista completa:
Textos:
Substituição de “O Discurso da Servidão Voluntária” (La Boettie) por “O Príncipe” (Maquiavel);
Inclusão da obra “A Apologia de Sócrates” (Platão);
Substituição da obra “Cartas Chilenas” por “Marília de Dirceu” (Tomas Antonio Gonzaga);
Substituição de “A Alma Encantadora das Ruas” (João do Rio) por “Seleção de poemas de Gregório de Matos”;
Inclusão dos artigos da Revista Darcy: nº 7 ago/set/2011 “Dossiê O que resta do Plano?” e “Jovens que evaporam”;
Inclusão do artigo de Carlos Haag “Nos ombros de gigantes mágicos”, da Revista Pesquisa FAPESP, edição especial maio/2012;
Teatro:
Substituição de “A Pele do Lobo” (Artur de Azevedo) por “Antígona” (Sófocles);
Música:
Substituição de “Bachiana 4” por “Chorus 10 – Rasga Coração” (Villa-Lobos);
Substituição de “Carmen” (Bizet) por “Carmina Burana” (Carl Orff) “O Fortunna”; “Solo Soprano” e “Solo Barítono”;
Exclusão da obra musical de Hildegard Von Bingen;
Exclusão da obra musical “Sadnnes”, de Enigma;
Exclusão da obra musical “Sweeet Lullaby”;
Inclusão da obra musical “Primavera”, de Vivaldi;
Exclusão de NX Zero: “Daqui pra frente” e “Cedo ou tarde”;
Exclusão da obra musical “Pro dia nascer feliz”, Cazuza;
Exclusão da obra musical “Músicas de índios brasileiros”- “Marlui Miranda”;
Exclusão da obra musical “Olhos coloridos”, de Macau, com Sandra de Sá e Funk como le gusta;
Inclusão da obra musical “Vida Loka parte II”, de Racionais MC;
Inclusão de “Camaro Amarelo”, de Munhoz e Mariano;
Inclusão da obra musical “Cuitelinho” (domínio público), na versão de Pena Branca e Xavantinho;
Inclusão das manifestações culturais populares dos festejos de “Congada” e “Catira” do Centro-Oeste;
Inclusão da obra musical “Infortúnio”, de Arrigo Barnabé;
Exclusão das músicas “Eu nasci há dez mil anos atrás” (Raul Seixas) na versão Móveis Coloniais, e “Eu nasci com fama” (Móveis Coloniais de Acaju);
Exclusão da obra “A violeira”, de Chico Buarque, na versão de Mônica Salmaso;
Substituição na “Ópera do Malandro” de “O casamento dos pequenos burgueses”, “Hino de Duran”, “Se eu fosse o teu patrão ou Tango do covil”, “Ópera”, por “Uma canção desnaturada”, “Palavra de mulher”, “Aquela mulher”, e “Las muchachas de Copacabana”;
Artes Visuais:
Exclusão da obra “Vacas”, de Artes Visuais;
Exclusão da obra “Estátua de Carlos Drummond de Andrade”;
Exclusão da obra “grafites” (Os Gêmeos);
Exclusão da obra “pinturas rupestres”;
Exclusão da obra “A Velha” – 1513;
Exclusão da obra “Moça com brinco de pérolas”;
Substituição das obras “Meteoro” e “Condor” pela obra “Os Guerreiros” (Os Candangos), de Bruno Giorgi;
Exclusão da obra “Pelourinho”;
Exclusão da obra “Stonehenge”;
Exclusão da obra “O Beijo”, de Waldemar Cordeiro;
Substituir a obra “O Acampamento dos Sem Terra”, de Sebastião Salgado, pela série “Crianças de açúcar”, de Vik Muniz;
Inclusão das obras “Dança dos Tarairiu”(Tapuias) – s/d e “Servo de Dom Miguel de Castro com Cesto Decorado” – s/d, de Albert Van Eckhout (1610-1666).