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Diversão

A fama de "risca faca” não impede Macalé de bombar com festas aos sábados

Thailla Torres | 19/09/2016 07:39
A fama de "risca faca” não impede Macalé de bombar com festas aos sábados
Festa chega a reunir 1,5 mil pessoas (Foto: Guilherme Henri)

Quem nunca foi, costuma falar mal pela aglomeração na porta da casa noturna. Granfino não gosta, fazer taxista pegar alguém no local é um desafio. O Macalé já recebeu até apelido de risca faca, mesmo assim, anda mais lotado do que nunca. Apesar da fama ruim, o lugar é só mais um como qualquer outro na cidade e super, super animado.

Nada impede o público da periferia de Campo Grande de se concentrar aos sábados nas noites de funk da Avenida Ernesto Geisel. O local só abre as portas meia noite, mas a festa começa muito antes. Até quem não está com a intenção de entrar, para em frente do espaço por volta das 22 horas.

A festa é organizada por Toko Recalde e Jean Paçoca, que já são conhecidos nas produções de eventos na Capital. Toko tem apenas 20 anos e na porta da balada já é tratado como celebridade.

No último sábado a festa que lotou foi mais uma “Social do Toko”, que atrai principalmente os amigos das redes sociais. Trabalhando com funk há um ano, a fanpage dele tem 75 mil seguidores no Facebook. O sucesso, ele garante que está no carisma. “Não sei como fiquei conhecido, mas sempre tive muitos amigos no Face onde eu sempre divulgo as festas. Acho que é minha simpatia, todo mundo gosta”, se gaba.

A fama de "risca faca” não impede Macalé de bombar com festas aos sábados
Mulherada dança a noite inteira até o chão. (Foto: Guilherme Henri)

O local abre as portas poucos minutos antes da meia noite. Do lado de fora, não falta gente ansiosa para dançar. Todo mundo aguarda a entrada que é lenta, por uma porta pequena, já que a segurança não economiza na revista entre meninos e meninas.

Lá dentro, o espaço enorme fica lotado e o calor toma conta do público que a maioria é jovem. Na playlist, a batida de funk predomina, enquanto a galera rebola até o chão. Entre uma batida e outra, o DJ reveza com algumas músicas de pagode e eletrônico.

Durante a noite, são dois DJs, dois MCs e um grupo de pagode fazem o som. No palco, é Paçoca quem convida a galera a não perder a animação. “Levanta a mão aí, quero ver todo mundo se divertir” e já convoca a mulherada disponível na balada: “Tem mulher solteira aí, levanta a mão que eu quero ver”, convoca.

Ali não é luxo e nem conforto que importam, o que o público quer é diversão, e muita, mas muita bebida.

O preço da entrada é R$ 15,00 até meia noite, depois o valor sobe para R$ 20,00. Quem prefere aproveitar a bebida escolhe o camarote open bar que custa R$ 30,00 com direito a cerveja a vontade durante toda a noite. Mas quase ninguém fica no camarote, diversão mesmo é pra quem vai pra pista em busca de música e paquera que rola solta.

Quem frequenta a festa acha que o discurso hostil contra o lugar é pelo preconceito. “Aqui acho que já foi um lugar pior, hoje valorizou mais em vista de outras casas de funk na cidade. Eu acho que tudo é uma questão de querer se divertir. O público que vem aqui só quer dançar e já foi o tempo de briga”, diz o professor de Educação Física Jefferson Alves de 23 anos.

A fama de "risca faca” não impede Macalé de bombar com festas aos sábados
Toko tem mais de 75 mil seguidores no Facebook.
A fama de "risca faca” não impede Macalé de bombar com festas aos sábados
Jefferson afirma que todo mundo só quer se divertir. (Foto: Guilherme Henri)
A fama de "risca faca” não impede Macalé de bombar com festas aos sábados
MC Alissinho aproveita a noite para ganhar destaque. (Foto: Guilherme Henri)

Para Nathiely Leonel, de 20 anos, um detalhe mudou muito as noites no endereço: a mudança de nome. Antes era Atalaia, depois virou Duke e a agora é Macalé.“Eu não vinha antes, mas hoje acho que está bem mais organizado. A gente tem mais segurança e a galera é mais tranquila”, resume.

O lugar também é uma oportunidade para quem quer prestígio no mundo do funk. MC Alissinho, de 20 anos, ocupou o palco durante 30 minutos para cantar, um chance e tanto em uma cidade de apoio difícil. "A casa é grande e aqui é uma forma de mostrar o nosso trabalho. É difícil ter apoio ou alguém que queira investir na nossa carreira de MC. Eu aproveito para mostrar minhas músicas e as pessoas me conhecerem", diz o MC esperançoso. 

O espaço existe há 10 anos e, apesar dos muitos nomes, o proprietário Paulo Mello, de 50 anos diz que manter a casa aberta ainda é um desafio que faz questão de enfrentar. “Ali sempre foi e vai continuar sendo público da periferia que frequenta. As pessoas criticam, falam mal, mas isso pra mim não é problema. A casa já tem 10 anos e todo mundo que frequenta precisa estar em um lugar adequado, confortável. Com o tempo, a gente foi fazendo algumas mudanças, para evitar brigas e confusões. Mas não é porque o público que frequenta é de classe mais baixa, que o pessoal tem que fazer festa em qualquer lugar”, conclui o empresário.

Durante toda a noite, o único problema que o Lado B enfrentou foi na hora de voltar para casa. A grande dificuldade surgiu ao chamar um táxi. Por volta das 3h, ligamos a primeira vez, mas o taxista desligou na nossa cara, depois que o destino da corrida foi revelado. Telefonamos muitas outras vezes, sempre rejeitados pela central. Só conseguimos um carro quando pedimos para alguém ligar de outro número e falar que se tratava de uma equipe do Campo Grande News

O Macalé fica na Avenida Ernesto Geisel, 4546, bairro Amambaí. O telefone para produção de eventos no local é (67) 99109-1313 ou informações pelo Facebook.

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A fama de "risca faca” não impede Macalé de bombar com festas aos sábados
Macalé fica lotado até às 5h da manhã. (Foto: Guilherme Henri)
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