Amigos fecham rua e estreiam “Campão Cultural” com arte, música e sabor
Os organizadores agora buscam realizar o evento uma vez por mês, no estilo “alternativo”.
A primeira vez de um evento novo tem sempre aquele sentimento de incerteza, mas, para alegria dos organizadores, o trecho da Rua Trindade estava cheio, tomado pela arte e a vontade do público de apreciá-la. Foi esse o clima do primeiro “Campão Cultural” na região do Jardim do Paulista.
A festa foi uma parceria “da rua” com o prédio de um restaurante de comida popular que funciona nos dias de semana. Nos dois ambientes o público aproveitou da música, arte, gastronomia, teatro e oficinas, em diversos estilos.
Os organizadores agora buscam realizar o evento uma vez por mês, no estilo “alternativo”, de preferência com a rua como principal cenário. A intenção é ocupar espaços públicos, levar cultura e entretenimento a diferentes pontos da cidade, com espaço aberto para marcas e produções locais.
A publicidade aconteceu na base do modo “boca-boca” com apoio das redes sociais. Conversando com os produtores, é possível perceber que são todos conhecidos, mas que toparam a iniciativa para, juntos, fortalecerem os pequenos empreendedores e a discussão sobre ocupação da rua. “Eu acho muito legal o evento porque traz essa ideia de ocupação, que em Campo Grande cada vez deixam menos”, disse Felipe Faia, produtor que foi ao evento representando acessórios da “Brava” e marcas amigas como “Ludic”, “Dona Nêga” e “Parmelitas”.
As apresentações seguiram a mesma linha. Logo no começo rolou grupo de capoeira campo-grandense. A noite seguiu com música, dança, performance, teatro e muita reflexão. Isso porque o grupo, “Descendentes de Lídia”, esteve com rodas de conversa falando sobre Lídia Baís, poder feminino e suas lutas tão necessárias.
Rebeca Casal, de 28 anos, topou participar como fotógrafa e fortaleceu o trabalho da mãe que há anos produz pães de mel e palha italiana. “Achei muito bacana a iniciativa. Como expositora, sinto falta de eventos como esse Campo Grande. É uma boa oportunidade para todo mundo se unir”.
O poeta Rafael Belo, de 36 anos, esteve com seus livros. A cada exemplar vendido, o cliente ganhava uma sopa paraguaia feita pela mãe que também não perdeu a oportunidade do evento. “Estou feliz de participar e mostrar o meu trabalho”.
Tão animados estavam os irmãos Milton e Mauro Dombroz, que não perderam a chance de fazer espetinho na porta de casa. “Meu filho faz parte da organização e eu moro aqui na parte de cima do restaurante, então resolvi fazer meu espetinho de novo”. Sobre ver a juventude fechar a rua para levar arte à porta de casa, ele foi só elogios. “É uma ótima ideia, se for sempre assim, com essa organização, todo mundo pode curtir um pouquinho”.
Patrícia Franco, de 32 anos, foi prestigiar a mãe e os amigos que estavam expondo no local. “Adorei, acho que é um programa gostoso pra uma sábado como esse. Tomara que tenha mais”, pede.
O evento foi organizado por Restaurante Rozkovo, Belos Eventos e Árvore-ser. As próximas edições serão divulgadas na página do evento.