Apaixonada pelo Estrela do Sul, moradora antiga revive feira e paquera em praça
Todo terceiro domingo do mês, a praça do bairro Estrela do Sul vai receber programação cultural
O título de bairrista cabe perfeitamente à Françoise Cristina de Almeida. Moradora do bairro Estrela do Sul há 36 anos, ela sorri como ninguém para falar de região onde cresceu. Hoje, defende e quer transformar a rotina dos moradores com atividades culturais e feirinha empreendedora na praça principal.
Para não concorrer com feiras tradicionais da cidade, como a da Cidade do Natal e da Praça da Bolívia. Françoise escolheu fazer o evento todo terceiro domingo do mês. Ontem (16) foi a segunda edição do “Artes e Sabores na Praça” com gastronomia, artesanatos, brincadeiras, apresentações musicais e até paquera, com espaço no palco para declarações de amor.
“No início da década de 90, vivíamos aqui o momento da paquera. Todos vinham para a praça se conhecer, conversar e foi daqui que surgiu algumas histórias de amor. Era uma tradição na praça, então eu quis reviver esse momento, de um jeito familiar e respeitoso”, explica a moradora.
Ela se diz apaixonada pelo bairro desde que as primeiras casas da região foram entregues. “Quando mudei pra cá não tinha quase nada em volta. O bairro era considerado distante, mas os moradores sempre foram incríveis. Já morei no Rio de Janeiro, já voltei, mas nunca encontrei gente boa igual no Estrela do Sul, por isso, sou apaixonada pelo meu bairro”.
Empreendedora, ela decidiu abrir espaço para que moradores e outros artesãos da cidade mostrassem sem trabalho. “É uma forma de fortalecer a cadeira produtiva da região. O bairro tem muito morador e moradora que sobrevive desse tipo de comércio e muitas vezes são desconhecidos. Aqui a gente quer fazer da praça uma vitrine e um modelo de evento cultural na cidade como é na Praça da Bolívia”.
A segunda edição animou o morador Sergio Fugimoto, de 64 anos, que há 7 meses transformou a rotina fabricando artesanatos com PVC. “Faço luminárias, pequenas fontes e outros objetos de decoração. É um jeito saudável de ver o tempo passar”, explica o morador.
A família de Vinicius de Moraes, de 35 anos, compareceu em peso ao evento para vender sanduíches de carne defumada e bacon artesanal. O trabalho começou depois de alguns pedidos dos amigos. “Faço pra minha família desde 2016 porque gosto de carne defumada. Foi quando comecei a pensar na ideia de fazer os sanduíches também para venda”.
O mesmo fez Michelly Rodrigues, de 36 anos, que decidiu produzir pães artesanais e recheados. “Tudo integral e com ingredientes mais saudáveis”, garante.
Além de comidinhas, na praça tem venda de crochês, artesanatos em couro, bolsas, sapatos, acessórios, decoração, cosméticos naturais e utensílios de cozinha.
Thom Shiro é publicitário, mas há alguns meses se encontrou na produção de bolsas. Com tecidos de couro e também sintéticos, ele quem produz o acessório desde o desenho. “Foi algo que eu gostei de fazer e agora tomei como profissão. E feiras como essas são uma oportunidade pra gente mostrar o nosso trabalho e conseguir seguir em frente”, explica.
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