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Diversão

Casa abre com happy hour e sertanejo para ser o primeiro bar gay da cidade

Thailla Torres | 22/08/2016 06:10
Público lotou bar na inauguração. (Foto: Fernando Antunes)
Público lotou bar na inauguração. (Foto: Fernando Antunes)

O bar na rua Pedro Celestino está de portas abertas a todo tipo de público, mas o Seu Zé Botequim, inaugurado na sexta-feira passada, surgiu para ser o primeiro bar gay de Campo Grande. E chegou de modo bruto, rústico e sistemático, para quebrar o preconceito de que sertanejo é só coisa de hétero.

A ideia foi da proprietária Magda Bibiana, que curte o estilo e sempre via as amigas comentarem que faltava espaço com música sertaneja para os gays na cidade. "Tudo bem que ninguém abre mão das baladas animadas e com a energia única que o público LGBT tem. Mas um barzinho com cerveja gelada e happy hour também fazia falta", garante a dona.

Magda sentia falta de um espaço no estilo barzinho. (Foto: Fernando Antunes).
Magda sentia falta de um espaço no estilo barzinho. (Foto: Fernando Antunes).

"A gente precisava desse espaço, porque pela cidade, quando se fala em diversão voltada para o público gay, só temos as festas particulares, eventos alternativos e casas noturnas. Queríamos algo mais tranquilo, que pudessem sentar, tomar uma cerveja gelada e curtir uma música, sem preconceito nenhum", pontua.

A proposta não é de hoje. Magda e mais quatro amigas realizam mensalmente a Festa do Seu Zé, que deu origem ao nome do bar. O evento também é voltado para o público LGBT e já tinha no repertório o sertanejo.

Do lado de fora, o bar não revela o conceito. Com decoração simples, feita de paletes e pouca iluminação, mesas e cadeiras ficam distribuídas em volta da dupla sertaneja que faz o show ao vivo. Também há mesa de sinuca, petiscos e cervejas geladas, a partir de R$ 5,50 no happy hour.

Apesar de um público consumidor super forte hoje, gays e lésbicas dizem que ainda há resistência forte dentro de estabelecimentos héteros. "Até tem alguns bares voltados para o público, mas não com o sertanejo, que é mais voltado para os héteros. Quando vamos nesses locais, ficamos mais contidos, porque é mais difícil se sentir a vontade", lamenta o advogado Natael Marques, de 26 anos.

Ana e Kemy se sentiram mais a vontade. (Foto: Fernando Antunes)
Ana e Kemy se sentiram mais a vontade. (Foto: Fernando Antunes)
Para o advogado, balada sertaneja hétero, deixa todo mundo contido. (Foto: Fernando Antunes)
Para o advogado, balada sertaneja hétero, deixa todo mundo contido. (Foto: Fernando Antunes)

As namoradas Ana Perdigão, de 30 anos, e Kemy Fernanda, de 23, assumem o gosto pelo sertanejo e sentiam falta de um ambiente mais livre. "A gente deseja que vá adiante ... Principalmente, em Campo Grande, que para a gente que gosta do sertanejo e deseja ficar a vontade, faz falta", pontua Ana. 

E mesmo quem nem é tão fã do estilo, decidiu conhecer o espaço, por conta do público. "Gosto mais de MPB, canto e é mais o meu estilo. Mas ouvimos sertanejo e a gente gostou do lugar pelo público, local onde a gente tem mais respeito", comenta Narja Soares, de 53 anos, que estava na companhia da namorada. 

O espaço ainda não tem muita opção no cardápio e não há garçons. Quem quiser a cerveja, precisa enfrentar fila para comprar as fichas. Mesmo assim, ficou lotado de quem só queria aproveitar o ambiente para papear com as amigos, namorar sem ser repreendido e curtir um sertanejo derramado. 

O estabelecimento abre de quinta à domingo, à partir das 18h, na Rua Pedro Celestino, 492. 

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Bar lota e fica na Rua Pedro Celestino, 492. (Foto: Fernando Antunes)
Bar lota e fica na Rua Pedro Celestino, 492. (Foto: Fernando Antunes)
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