Casa noturna faz concurso do beijo mais bonito, para todo tipo de casal
Na casa noturna “Non Stop”, em Campo Grande, beijo gay virou concurso. Mas não é o tempo que conta, o que vale é a beleza, o carinho. Na festa “Cala a boca e me beija”, o público elege o casal com o beijo mais bonito e o prêmio é uma garrafa de vodka.
Homens e mulheres são convidados a subirem ao palco, independente de serem gays ou não, com seus respectivos parceiros, ou quem está solteiro na balada, forma dupla no palco, mesmo sem saber o nome da outra pessoa.
Ao entrar na casa noturna, o cliente escolhe uma dentre três etiquetas para identificar quem está disponível para participar do concurso. O adesivo vermelho “Cala boca”, sinaliza que a pessoa não está disponível na noite. O amarelo, “Quem sabe”, é uma talvez pode “rolar” e o verde “Me beija”, que dispensa maiores explicações.
O proprietário da casa, o DJ Rodrigo Gel, conta ter criado o concurso para sair da “mesmice” das casas noturnas da capital. “Já vi coisas similares, mas nada tão explícito”.
Rodrigo diz que o concurso começou no ano passado e quase todos os meses a casa realiza uma edição. O que é brincadeira, já virou compromisso. “Já soube de namoros que começaram no concurso, mas não sei se vingou”, comenta.
Para eleger o melhor beijo, a votação é na base do barulho. O apresentador pergunta e conforme a resposta do público é definido o ganhador da noite.
Gabriela Rocha, de 21 anos, é estudante e participou pela primeira vez do concurso. Sem falso sentimentalismo, ela assume: “Participei para ganhar a bebida, nem penso em compromisso”.
Atitude política - Gabriel Azevedo, de 29 anos e o namorado Wellington Silva, de 20, tiveram coragem e subiram ao palco para participar, mesmo sem ganhar, defendem a ideia. “Eu sei que é uma brincadeira, mas também vale como uma forma de revelação, de não se esconder” explica Gabriel.
Lúcio Araújo, de 20 anos, conta que sempre que sabe da festa, comparece e, claro, participa da eleição; “Eu já participei, fiquei com quem não conhecia e depois só dividimos a bebida”, conta.
Mesmo assim tem gente que frequenta a festa e desaprova tamanha exposição. O estudante César Aparecido, diz ser homossexual assumido, e garante não ter vontade de participar. “O homossexual já enfrenta um banda de preconceitos e julgamentos e beijar a troco de bebida denigre a nossa imagem”, reclama.
A casa funciona na rua Pimenta Bueno, 127 e abre as portas às 23 horas, mas o concurso só acontece perto das 4 horas da manhã.
A próxima edição ainda não tem data marcada.