Cerimônia comunitária põe amor de primos no altar e casa resultado de aposta
Os casais estiveram no Santuário Nossa Senhora Perpétuo Socorro onde casaram numa cerimônia aberta e provaram que o amor existe
Os 64 “sim” ditos ontem no altar do Santuário Estadual Nossa Senhora Perpétuo Socorro são mais um passo para o “felizes para sempre” de 32 casais que resolveram oficializar a união, em Campo Grande. A igreja estava cheia, os noivos ansiosos ao lado do padre, enquanto as noivas encantavam a todos com vestidos deslumbrantes.
De branco até azul e com véu e grinalda, elas chegaram cedo à igreja para se casarem. Nos rostos, os sorrisos tomavam conta e contagiaram a todos com a felicidade. Os buquês de flores não saíram das mãos das noivas. No santuário, um tapete vermelho foi forrado para elas entrarem enquanto a marcha nupcial tocava.
O casamento consagrou amores antigos, que após anos esperando para se tornarem apenas um, hoje podem afirmar de boca cheia que são oficialmente marido e mulher como Valdir Silva da Rosa e Adriana Aparecida Pereira. Ela é pedagoga e tem 42 anos, enquanto ele tem 48 e trabalha como vigilante. Estão juntos há 29 anos e sempre sonharam com o casamento.
“Resolvemos nos casar porque há cinco anos descobrimos essa igreja. Faz dois anos que surgiu a ideia do casamento para oficializar perante a Deus, mas tivemos que adiar os planos porque sofri um acidente grave de trânsito, fiz cirurgia e depois minha mãe faleceu. A união ia acontecer no mês passado, quando completou um ano da partida dela, porém não me senti bem, aí cancelamos”, explica a noiva.
Logo depois se inscreveram para participar do casamento comunitário e depois de 29 anos de espera, agora são marido e mulher oficialmente. “Encontrei meu vestido rápido, é romântico, sereno, mas sem brilho”, comenta Adriana. “Agora que formalizamos, será para o resto das nossas vidas”, afirma o casal.
A lua de mel será numa chácara da família, onde o casal vai poder aproveitar a tranquilidade e a beleza da natureza para viver momentos a dois. Faltando poucos minutos para entrar na igreja, Valdir não escondeu a ansiedade e fez questão de lembrar como conheceu a esposa. “Ela morava na rua da casa da minha tia no bairro Moreninhas e quando passava, eu ficava de olho. Apostei com um primo que ficaria com ela e deu certo, estamos até hoje”.
O amor de Lucélia da Silva com o administrador Sandoval Pereira é de infância. Eles são primos de primeiro grau, mas se apaixonaram aos 12 anos. Com o tempo se casaram, tiveram quatro filhos e agora, 30 anos depois do primeiro beijo finalmente trocaram as alianças. “Estamos aproveitando a oportunidade que não tivemos, pois precisava trabalhar. Há três meses nos preparamos para o dia porque nos amamos e vamos continuar se amando até o fim”, declararam.
Luiz Roberto Oliveira dos Santos, tem 40 anos, é pedreiro e levou a noiva Lidiane Rodrigues Vargas, que é professora, até a igreja. “Estamos juntos há 18 anos e tentamos nos casar há 10, porém não rolou por conta do dinheiro e trabalho. Ela sempre quis casar, era seu sonho e a nossa família ajudou em tudo, com festa, bolo até aliança. Acreditamos nesse amor”, destaca ele.
Quem estava na fila só esperando serem chamados para entrar na igreja era Miguel de França e Agatha Beatriz dos Santos. Eles são autônomos e têm 20 anos, e a há três estão juntos e comentam que há tempos pensavam em se casarem, mas faltava aquele empurrãozinho. “Soube da inscrição, participamos e fui atrás do vestido. Foi um mês de preparação e contamos com o apoio da família”, contaram.
O padre Reginaldo Padilha realizou a cerimônia de legitimação matrimonial. “Aqui é um momento para que possam realizar o sonho de casar na igreja diante do padre e dos convidados”, diz.
O casamento durou mais de uma hora, os noivos sentaram na frente para ouvirem as bênçãos dadas pelo padre. O evento contou com apresentação da banda que emocionou os convidados e até arrancou lágrimas das noivas. Eles trocaram os votos, se aceitando na riqueza e na pobreza, na saúde e na doença, por todos os dias de suas vidas.