Com história de amor na Carvalho, Janaína quer tirar grito da garganta

De segunda a segunda, Janaina Feitosa chega logo cedo no barracão da  Vila Carvalho e garante que estar quase morando na escola de samba vai render a maior surpresa que o público já viu. Apaixonada pela comunidade, a “faz-tudo” que cresceu em meio ao Carnaval conta que não só se encantou pelo samba graças à escola como até seu marido conheceu ali.

Na preparação para o desfile do Carnaval 2023, Janaína explica que é cantora e, por isso, na avenida fica no carro de som. Mas, antes do grande dia chegar, o trabalho feito na escola vai até a montagem das fantasias.

“Aqui nós fazemos de tudo, tanto é que eu, meu marido e meu primo ficamos aqui o dia todo. A gente sai quando precisa fazer alguma coisa pessoal ou trabalhar com algo fora da escola, mas logo voltamos”, detalha.

Neste ano, o samba enredo da escola é “Carvalho numa nova era, na casa do meu pai e várias moradas não estamos só”. Com ele, a carnavalesca garante que em conjunto com toda a escola, quer “tirar o grito da garganta” e levar mais um título para casa.

Tendo um vínculo especial com a comunidade, a cantora narra que não só cresceu na escola de samba como também encontrou seu amor ali há mais de uma década. “Minha mãe me trazia para a escola, então vim desde sempre. Fiquei um tempo fora porque comecei a trabalhar como cantora e quando voltei encontrei o Moacir”.

Também na área musical, Moacir Feitosa é ritmista na escola e Janaína explica que com ele dividiu o carinho pela Carvalho. “Chega a ser engraçado porque além da gente ter se conhecido aqui, descobrimos também na escola que a gente ia ter nossa filha”.

Tendo se passado nove anos desde que Valentina nasceu, a mãe conta que chega a ser difícil explicar sua relação com a comunidade. “Quando alguém me pergunta eu fico sem saber por onde começar. A Carvalho me deu tudo, inclusive minha família”, diz.

Até por isso, ela detalha que não se arrepende de investir tanto de seu tempo nos preparativos.

“A comunidade se envolve de verdade e nós vamos colocando as pessoas para fazer aquilo que elas sabem. Até por isso, quem vem ajudar sabe que tem horário para chegar, mas não tem para sair e com a gente é assim também”.

E, sobre a vontade de ganhar nesse ano, a faz-tudo da escola garante que não há quem não esteja se esforçando. “A gente quer esse título, então todos os dias estamos aqui trabalhando, nossa bateria ensaia, estamos fazendo eventos para arrecadar dinheiro e dar continuidade no que falta. Então estamos preparados, o público vai se surpreender”.

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