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Diversão

Crianças entram com tudo no Halloween, apesar da defesa sobre o Dia do Saci

Aline Araújo | 31/10/2014 20:22
Crianças pedindo doces na Rua da Paz, assim como fazem nos EUA. (Foto: Marcos Ermínio)
Crianças pedindo doces na Rua da Paz, assim como fazem nos EUA. (Foto: Marcos Ermínio)

Quando o assunto é 31 de outubro, é evidente associar a data ao Halloween, a festa de origem celta que foi incorporada à tradição americana. E, a contar pela animação das crianças, essa comemoração deve ficar cada vez mais forte por aqui. O problema é que poucos sabem, mas hoje também é Dia do Saci, um personagem brasileiro que poderia render as mesmas brincadeiras, mas com a valorização do folclore nacional.

Mesmo assim, em geral, do comércio às escolas, o “Dia das Bruxas” faz muito mais sucesso. As festas podem até ser menores em relação as dos Estados Unidos, mas polêmicas à parte, as crianças também se divertem bastante ao bater de porta em porta atrás de doce, mesmo aqui em Campo Grande, ou apenas em tirar a fantasia do armário.

Na escola Feliz Idade, festa começa já na Educação Infantil, nas aulas de Inglês.
Na escola Feliz Idade, festa começa já na Educação Infantil, nas aulas de Inglês.

A escola Feliz Idade sempre celebra a data com as crianças dos ensinos infantil e fundamental, para reforçar a disciplina de Inglês. As crianças são incentivadas a irem com algum acessório, ninguém precisa gastar com fantasia. Elas participam de brincadeiras e troca doces. “É muito legal, gosto do Homem Aranha e de ganhar doce”, resume Davi, de 4 anos, fantasiado do super-herói preferido.

Com uma infância recheada de desenhos e filmes americanos, é inevitável ficar imerso na cultura estrangeira, até pela importância dada ao inglês em uma sociedade globalizada.

A pedagoga Karine Sobrinho, de 30 anos, tem uma opinião sobre o assunto. “Eu acho que o inglês tem a sua importância, até porque está inserido na rotina deles, eles assistem Monster High e outros desenhos, mas eu acho que as escolas deveriam incorporar muito mais o folclore brasileiro”. Ela esclarece que, no caso do Halloween, a comemoração está dentro daas aulas de inglês, ministradas desde as primeiras séries.

Karine ainda observa que nem as lojas tem opções que remetem ao folclore brasileiro. Então, mesmo que as crianças fossem encorajadas a valorizar os personagens nacionais, elas teriam poucas opções no comércio.

“Não vejo problema que seja uma cultura de outro País. Eles esperam o dia com a mesma intensidade do Dia das Crianças. Acho válido”, afirma a a professora de Inglês, Gislaine Perassa dos Santos, de 40 anos.

A festa ganha força mesmo nas escolas de línguas estrangeiras, com o propósito de contextualizar e inserir os alunos na cultura de outros lugares. No Yazigi, por exemplo, a tradição foi cumprida à risca, inclusive, com o pedido de "gostosuras". Os alunos deram a volta na quadra, fantasiados e cantando músicas tradicionais em inglês.

O diretor da escola, Luis Eduardo Silva, defende a festa como algo lúdico. “Eles têm atividades em aula para inteirar sobre o tema e é uma maneira eficiente deles fixarem o que aprenderam”.

Lucas foi de Capitão América...
Lucas foi de Capitão América...
e Maria Eduarda apareceu de bruxinha. (Foto: Alcides Neto
e Maria Eduarda apareceu de bruxinha. (Foto: Alcides Neto

Este ano, vizinhos também decidiram aproveitar a data para uma atividade diferente com as crianças no bairro Tiradentes. No Condomínio Vilas de Málaga, os pais organizaram o Hallowen também com a tradição de bater de porta em porta na base do "gostosuras ou travessuras".

As crianças se fantasiaram, pegaram a sacola ou o caldeirão de plástico, e saíram em busca de doces. A ideia foi de 3 mães com filhos pequenos e conseguiu contagiar 13 famílias do condomínio.

Fabrícia Sanches, de 34 anos, foi uma das organizadoras. Para ela, independente da origem da data, o importante e dar às crianças atividades lúdicas. "Resolvemos confraternizar e não tem motivo para se preocupar com isso. Nada paga a brincadeira e o sorriso das crianças", avalia a mãe de Julia, de 3 anos. 

Alguns moradores não aceitaram participar da brincadeira, por isso, as casas dispostas a entrar na festa sinalizaram a vontade com um pratinho decorado na fachada e providenciaram os doces.

A cada parada, a recepção era com susto, para a gritaria e gargalhada da criançada.

Caroline se vestiu de bruxa. Aos 9 anos, ela participou pela 1ª vez do Halloween, reunindo 2 coisas que adora. “Gosto de me fantasiar e também de doces.”

Lucas surgiu como um Capitão América mirim, de 3 anos. O pai diz que já morou na Itália e por lá a comemoração do Halloween é muito mais forte. "Não é coisa só do Brasil. Eu acho que acrescenta, é uma cultura a mais e é divertido, saudável. Não é o Saci, mas a gente já importa tanta coisa mesmo", comenta o pai Gérson Ortega, veterinário de 38 anos.

Depois de percorrerem todas as casas, os vizinhos se reuniram para terminar a festa com um lanche onde cada um participou com um prato.

Pai recebe crianças fantasiado no condomínio Vilas de Málaga. (Foto: Alcides Neto)
Pai recebe crianças fantasiado no condomínio Vilas de Málaga. (Foto: Alcides Neto)
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