De Anastácio, Betinho deixou tudo para virar artista em circo
Dançarino foi selecionado pelo Le Cirque e, desde então, está viajando com a trupe
Quando saiu de Anastácio no início de 2024, José Roberto Amarilha Guerra, de 20 anos, o intuito era se especializar na dança. No caminho, fez a seleção para um circo nacional, virou o ‘Pato Donald’ em espetáculo e deixou todas as certezas para viajar pelo Brasil com o grupo.
“O Le Cirque chegou em Campo Grande em junho e teve uma seletiva de bailarinos. Comecei a trabalhar no elenco e, sem demorar muito, virei o Pato Donaldo da família do Mickey. Quando o circo foi embora no começo de setembro, a equipe me convidou para ir com eles e eu vi a oportunidade que sempre sonhei de sair pelo mundo mostrando meu talento”, narra Betinho Júnior.
Após sair de Campo Grande, a equipe do circo já fez uma temporada em Maringá e em Londrina, no Paraná. Desde então, há uma pausa para as festividades de fim e início de ano.
Além de integrar a equipe de dança, Betinho também faz parte da montagem e desmontagem do circo. Por isso, está aguardando o calendário de 2025.
“O circo está fazendo uma turnê pelo Brasil e, antes de Campo Grande, passou por Brasília. No grupo, aprendi a fazer malabares, acrobacias e, no espetáculo, já fiz o Buzz Lightyear, o Pumba, o Mauí da Moana, além do Pato Donald”.
Explicando melhor sobre seu histórico na dança, José Roberto conta que seu pai, conhecido como professor Betinho, já tinha um grupo na área. Por isso, ainda pequeno, ficava encantado com as pessoas dançando.
“Um dia, no mês de dezembro, tinha uma apresentação em escola municipal rural que meu pai dava aula e o grupo ia se apresentar. Cheguei nele e disse que ia me apresentar também, depois não parei mais. Pelo grupo Anastadance, ganhei vários títulos e premiações tanto em festivais presenciais quanto em online”.
O jovem cita campeonatos nacionais, mundiais, latino-americanos, de solo, dupla e trio. Um dos principais eventos foi o Festival Internacional de Marília para dança.
Foi com todo esse contexto que Roberto veio para Campo Grande e, antes do circo, ganhou uma bolsa para estudar dança da professora Suzana Leite através de um programa de TV. “Em janeiro de 2024, fui para a Capital, em fevereiro já estava competindo com a equipe do estúdio em Florianópolis, no prêmio Desterro, que é um dos maiores festivais do País”.
Enquanto permaneceu na Capital, o jovem sentiu as dificuldades em estar longe da família. “Eu venho de uma família humilde, meu pai tinha sido mandado embora do serviço por intolerância religiosa e estávamos numa situação complicada. Mesmo assim, ele veio em março para me dar suporte e, graças a Deus e aos Orixás, as coisas foram se ajeitando”.
Somando nos dons artísticos, Betinho também toca atabaque ao lado do pai desde seus seis anos de idade. E, em dezembro, retornou a Anastácio para agradecer tanto à família quanto às entidades. “Sou muito grato aos orixás e aos guias que sempre estão ao meu lado e quero também mostrar que nós da religião do povo do Axé somos abençoados e conseguimos realizar nossos sonhos, basta ter fé”.
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