De Aracy Balabanian, Capital ficou com sobrinhos, teatro e medalha
Aracy faleceu nesta segunda-feira (7) no Rio de Janeiro; sobrinho fala sobre a tia 'bem-humorada'
“Pra mim ela nunca foi uma tia diferente das outras porque desde que me entendo por gente ela era famosa”, conta Alberto Orondjian, de 61 anos. Sobrinho de Aracy Balabanian, que faleceu nesta segunda-feira (7), aos 83 anos, ele fala sobre a mulher que era apegada aos familiares e bem-humorada.
Aracy, nas palavras do sobrinho, foi a “última a nascer e a última a morrer” da família. Nascida em Campo Grande no dia 22 de fevereiro de 1940, ela era a caçula de quatro irmãs e um irmão por parte do pai Raphael e um irmão por parte da mãe Esther. Com exceção de Armem, o filho de Esther, todos os outros já faleceram.
Filho de Yeranui, que é uma das quatro irmãs que ajudaram na criação da atriz, Alberto passou quase todos os natais ao lado da tia que gostava de visitar os parentes que ficaram em Campo Grande. Nessa época, Aracy já tinha conquistado notoriedade através das novelas que tornaram o sobrenome da família famoso.
Antes de se mudar para São Paulo com os pais e os irmãos aos 10 anos, Aracy vivia entre as ruas Dom Aquino e 14 de Julho na Capital. No endereço, conforme Alberto, a família morava em cima do comércio ‘Casa São Paulo’ administrado por Raphael.
O sobrinho relata que, apesar de ter tentado diversas vezes encontrar um registro fotográfico do local, nunca conseguiu recuperar esse capítulo da história. “Uma das coisas que tentei a vida toda foi recuperar fotos da Casa São Paulo, porque é parte da minha história e nunca consegui”, diz.
Ainda assim, Alberto conseguiu acompanhar de perto momentos significativos na vida da tia Aracy. Quando o Teatro Aracy Balabanian foi inaugurado, ele comenta que todos foram prestigiar. “Lembro do dia que ela veio na inauguração do teatro, a família toda estava feliz”, afirma.
Localizado dentro do Centro Cultural José Octávio Guizzo, na Rua 26 de Agosto, o Teatro Aracy Balabanian está fechado desde maio de 2016. Na época, a FCMS (Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul) informou que “a previsão para a realização das obras é de no mínimo seis meses”.
Além do teatro, Aracy ganhou outra homenagem do Estado onde nasceu. Em novembro de 2022, o Governo do Estado concedeu insígnias da Ordem do Mérito para a atriz devido aos serviços prestados a Mato Grosso do Sul. Como não pôde vir a Campo Grande, Alberto ficou responsável por enviar a insígnia para a tia no Rio de Janeiro.
A última vez que a atriz esteve na Capital foi em 2019 para acompanhar o casamento da sobrinha neta Fabiana. Rafaela Orondjian, que é uma das sobrinhas netas, enviou alguns dos registros da data comemorativa. A atriz aparece ao lado dos noivos Fabiana e Igor e outros familiares.
O velório da atriz está previsto para ocorrer na terça-feira (8) em um teatro do Rio de Janeiro.
'Nunca fui anjo' - No livro escrito pela amiga Tânia Carvalho, Aracy narra capítulos importantes da própria história. A menina que decidiu cedo que queria ser atriz driblou a resistência do pai armênio para realizar o sonho. No capítulo II, intitulado 'Filha do contrato', ela fala sobre a origem dos pais, que criaram todos os filhos para serem 'bons brasileiros'.
No capítulo, ela destaca a boa relação com todos os irmãos. "Na verdade, só fui entender a realidade da minha família quando comecei a ler e vi que o meu sobrenome era diferente dos meus irmãos. Havia uma harmonia bem grande na minha casa. Eu adorava ser a única que era irmã de todos: Maria, Yeranui, Amenui, Arshaluz, Avediz, os filhos do meu pai, e Armem, o filho de minha mãe, que era o orgulho da família".
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