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Diversão

De carona no sucesso de blocos, escolas devem desfilar com número recorde

Aline Araújo | 16/02/2015 06:23
Desfile de 2014. (Foto: Arquivo)
Desfile de 2014. (Foto: Arquivo)

As escolas de samba têm reforço importante este ano. Com o sucesso dos blocos na rua, as agremiações ganharam de tabela muito mais pessoas dispostas a desfilar a partir de hoje em Campo Grande e esperam recorde de integrantes nas alas em 2015.

Já nos pré-carnavais, a parceria foi confirmada com os blocos levando os foliões para as sedes das duas maiores escolas da cidade. Capivara Blasé fez todos os esquentas no barracão da Vila Carvalho. Já o Cordão Valu levou a festa para o endereço da Igrejinha.

A história não é nova, mas significa muito para o Carnaval campo-grandense, diz o presidente Vila Carvalho, José Carlos. "Na verdade, tudo começou com os blocos. A Mangueira e a Portela, por exemplo, eram blocos que viraram escolas de samba. São pessoas animadas, que valorizam o Carnaval de rua e, por tanto, fazem a festa ficar ainda mais bonita", lembra.

Tanto Vila, quanto Igrejinha, têm relação antiga com os criadores dos principais grupos que hoje levam a folia para as ruas. Vitor Samúdio, um dos coordenadores do Capivara Blasé, é integrante da Carvalho desde criança. “A gente percebe que o público das escolas e dos blocos são diferentes. Mas quando essa parceria acontece, surge conversa entre esses públicos. Hoje os protagonistas do Carnaval de Campo Grande são os blocos e cada vez temos mais adeptos", avalia.

Como sempre, a falta de apoio financeiro leva ao “uma mão lava a outra”. Por isso, realizar os pré-carnavais na sede da escola de samba tradicional garantiu estrutura ao bloco e público maior à agremiação. “A intenção era fazer pré-carnaval na sede no bloco, mas como somos independentes, nós mesmos que viabilizamos, achamos que seria melhor nos unir à Vila. Pra você ter uma ideia, a gente gasta de 8 a 10 mil reais para colocar o bloco na rua no dia do Carnaval”, comenta Samúdio.

A união de forças deve ter como reflexo o número de integrantes nas alas. O engenheiro Helton Guimarães tem um dos blocos mais novos de Campo Grande. Mas com o “Língua Preta” já contribui como pode. Durante os esquentas, ele cadastrou foliões interessados em desfilar. ”Falta conhecimento de como é. Muita gente acha que precisa pagar fantasia. Mas não é sempre assim. A Vila Carvalho disponibilizou uma ala gratuita, por exemplo”, diz Helton.

Para ele, o sucesso dos blocos ocorre pela espontaneidade. “O povo não queria o axé da Fernando Corrêa da Costa, por isso crescemos cada vez mais. Começamos com 3, agora somos 200 no Língua Preta”

O maior responsável pelo ressurgir do Carnaval de rua na cidade é o Cordão Valu. Com os dois pés na Igrejinha, o grupo fez dobrar o número de pessoas nos ensaios da escola. No último esquenta, 3 mil passaram pela quadra da Igrejinha. Além de lotar o local, o Valu também ensinou os foliões a chegarem ao endereço, até então pouco conhecido dos foliões.

“É muito bacana essa parceria porque a gente começa a perceber aqui algo diferente. Há 15 anos estamos retomando a tradição. As pessoas gostam de levar sua cerveja, de ficar com os amigos e a família na rua. Espero que seja um processo irreversível. Tem muita gente mais nova que chega e fala que nunca pulou Carnaval e conheceu a festa graças a gente”, comenta Silvana Valu, uma das idealizadoras do Cordão.

Na Igrejinha, as alas já estão fechadas, com a expectativa de até 600 integrantes este ano. “Temos tudo para que seja um ano fantástico”, comemora a presidente da escola, Marisa Ocampos.

Veja a ordem dos desfiles a partir desta segunda-feira na Avenida Alfredo Scaff, Vila Sobrinho:

Dia 16, a partir das 19h30

Blocos Convidados
Os Herdeiros do Samba
Unidos do São Francisco
Unidos do Aero Rancho
Cinderela Tradição do José Abrão

Dia 17, a partir das 19h

Deixa Falar
Unidos da Vila Carvalho
Os Catedráticos do Samba
Unidos do Cruzeiro
Igrejinha

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