ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, SEGUNDA  18    CAMPO GRANDE 25º

Diversão

Do valsado ao rasqueado, festival prova que Chamamé é mais que símbolo cultural

Expectativa da organização é que os dois dias de festa em Campo Grande sejam semelhantes aos festivais anuais na Argentina, um dos berços do estilo musical

Danielle Valentim | 27/04/2018 07:56
Conjunto musical Yangos, a primeira banda gaúcha a ser indicada para o Grammy Latino 2017, na categoria música de raízes. (Foto: Divulgação)
Conjunto musical Yangos, a primeira banda gaúcha a ser indicada para o Grammy Latino 2017, na categoria música de raízes. (Foto: Divulgação)

Por dois dias, a Esplanada Ferroviária será o “point” de chamamezeiros e apaixonados pelo estilo, que até hoje tem origem disputada, mas movimenta a raiz da música argentina, paraguaia, gaúcha e, claro, sul-mato-grossense. O 1º Festival Internacional de Chamamé de Campo Grande começa hoje, com entrada gratuita.

O organizador do evento, Wilson Tavares Júnior, visitou festivais argentinos por dez anos e, por isso, garante que a festa não se limitará apenas a um encontro de músicos. “Será um fortalecimento do artesanato, da dança, da culinária e da arte. A intenção é fazer com que o festival seja semelhante ao argentino”, avisa o promotor de eventos, que considera o chamamé uma religião.

Oficialmente, a festa começa nesta noite, mas já na quinta-feira (26) palestra e mesa redonda na UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) adiantaram as comemorações com o grupo Yangos, primeira banda gaúcha a ser indicada para o Grammy Latino 2017, e o músico paraguaio Marcelo Rojas.

O local exato de origem do Chamamé é incerto. Uns dizem Argentina outros Paraguai. Mas esse não é o foco da festa, que pretende resgatar, unir e expandir a cultura chamamezeira. Um dos primeiros músicos locais a evidenciar o chamamé no Estado foi Zé Corrêa, morto aos 29 anos. Apesar de ser o precursor de inúmeros músicos sul-mato-grossense, o mérito de introdução do estilo em MS é atribuído à dupla Amambay e Amambaí, que fez a primeira gravação em português.

“Não participarei do evento como cantor, mas estarei lá. Lembro-me de quando participávamos, eu e Amambaí, dos festivais em Corrientes e Puerto Tirol, na Argentina e também no Paraguai. Lembro também de quando gravamos em português, pela primeira vez. Foram os fãs que nos pediram. Ninguém aguentava mais ouvir em castelhano”, brinca Amambay que recentemente perdeu o campanheiro Amambai, falecido neste mês.

Amambay mostra com carinho um dos 18 discos gravados. (Foto: Fernando Antunes)
Amambay mostra com carinho um dos 18 discos gravados. (Foto: Fernando Antunes)

Nome de rua – O evento é financiado pelo FMIC (Fundo de Investimentos Culturais do Município). Nos dois dias, a programação começa às 19h e encerra às 22h, mas a organização ainda não divulgou a ordem das apresentações.

Assim como Amambay e Amambaí levam título de pioneiros, Elinho do Bandoneon leva o mérito por “ressuscitar” o chamamé desde a década de 80. Ao lado de Fabio Kaida, Gerson Douglas, Everton Ottoni e Dino Rocha, o músico representará o Mato Grosso do Sul.

Representando o Rio Grande do Sul, o conjunto musical Yangos, a primeira banda gaúcha a ser indicada para o Grammy Latino 2017, na categoria música de raízes.

O Paraguai será representado pelo harpista Marcelo Rojas, considerado um dos melhores instrumentistas do país vizinho, com experiência em apresentações por países da Europa e Ásia.

Da Argentina, vem o grupo, Los Nuñez, considerado ícone da música do Litoral, e com a participação em principais Festivais da Alemanha, Inglaterra, Bélgica, França, Portugal, Espanha, Áustria, Eslovênia, Holanda, Noruega e País de Gales. Também da Argentina, Mauro Bonamino e grupo, da província de Corrientes, que está em plena turnê de apresentação de seu novo CD. Mauro foi um dos destaque do Festival de Chamamé de Corrientes 2018.

Nos siga no Google Notícias