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Artes

Velório de Amambaí começa às 19h, mas parceiro Amambay não sabe da morte

Ângela Kempfer | 06/04/2018 14:14
Amambaí em uma das apresentações em programa de TV. (Arquivo pessoal)
Amambaí em uma das apresentações em programa de TV. (Arquivo pessoal)

Só a partir das 19 horas desta sexta-feira, os amigos e fãs vão poder se despedir de Amambaí. O velório começa à noite, na Funerária Pax Mundial, em frente ao Horto Florestal, na Avenida Norte Sul, em Campo Grande. O enterro está marcado para sábado, no Monte das Oliveiras, localizado na Avenida Guaicurus, com cortejo a partir das 10 horas.

Uma presença será sentida pelos fãs mais do que qualquer outra durante a cerimônia. O parceiro Amambay não poderá comparecer. Aos 78 anos, ele sofreu um AVC e está internado no Hospital Universitário, mesmo local onde Amambaí passou os últimos dias de vida. "A família preferiu não contar nada sobre a morte para ele, para não agravar o quadro de saúde", diz o filho de Amambaí.

A história dos dois é longa e com muitos pontos em comum. Eles nasceram em Bela Vista, e da fronteira com o com Paraguai levaram para a música características que ajudariam a sacramentar o jeito sul-mato-grossense de cantar o sertanejo.

Depois de algumas tentativas com outras duplas, Amambay e Amambaí se encontraram em 1963, e ao lado do sanfoneiro Helinho do Acordeon, passaram a tocar pelas fazendas de Mato Grosso do Sul. O sucesso rendeu até o programa “Aonde Canta os Violeiros”, apresentado pelos três, na Rádio Educação Rural.

Em 1966, uma mudança importante na carreira veio com a saída de Helinho e a parceria do famoso Zé Corrêa. Ali, mais um trecho fundamental da história da música sul-mato-grossense foi escrito pelos três, que trouxeram para o Brasil o argentino chamamé.

O ritmo estourou e em 1967 a consequência foi o primeiro hit: “A Matogrossense”, composta por Zacarias Mourão, sucesso que dois anos depois rendeu o primeiro LP de Amambay & Amambaí.

Após 55 anos e com 18 álbuns gravados, a dupla já não existia quando Amambaí partiu, Mas até ficar doente, Amambay ainda cobrava apoio para continuar vivendo de música.  

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