MS investe R$ 9,2 milhões em genética para ampliar produção de leite

Com objetivo de aumentar em 6 milhões de litros a produção de leite em Mato Grosso do Sul, o Governo do Estado lançou, nesta quinta-feira (10), na Expogrande, o Proleite – Plano Estadual de Desenvolvimento da Bovinocultura Leiteira. A proposta é impulsionar a cadeia produtiva com foco em organização, qualidade, tecnologia e geração de renda.

Estudos apontam que a produção leiteira no Estado sofre queda acentuada no inverno – chegando a 48% – e enfrenta gargalos como baixa produtividade, deficiência tecnológica, sazonalidade e alto custo logístico. O plano foi elaborado em conjunto com representantes do setor e propõe ações coordenadas entre poder público, iniciativa privada e instituições parceiras.

O Proleite é dividido em quatro grandes programas: Melhoramento Genético, Apoio à Indústria Láctea, Assistência Técnica e Gerencial e o ExtraLeite. As ações devem priorizar pequenos e médios produtores de 22 municípios considerados estratégicos.

Dentro do eixo de melhoramento genético, serão dois blocos de atuação que somam R$ 9,2 milhões em investimentos.

O primeiro, em parceria com o Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural), prevê inseminação artificial e transferência de embriões em rebanhos já existentes. A meta é realizar 2 mil inseminações, 1,2 mil prenhezes, além de distribuir 276 bezerras, 106 novilhas prenhes e 45 touros de raças leiteiras.

O segundo eixo conta com apoio do Núcleo de Criadores de Girolando, que fará a distribuição de matrizes com genética superior para aumentar a produtividade.

“O leite praticamente derreteu em Mato Grosso do Sul, quase desapareceu. Hoje, o litro custa menos da metade do valor do diesel. Esperamos por um programa como esse há mais de 10 anos. A expectativa é muito grande. Sabemos das nossas dificuldades, mas acreditamos que este seja o começo de uma grande virada para a cadeia leiteira”, afirmou Alessandro Coelho, presidente do Núcleo de Girolando.

Além da genética, o plano prevê o pagamento de R$ 62,1 milhões diretamente aos produtores nos dois primeiros anos, sendo R$ 22,8 milhões no primeiro e R$ 39,2 milhões no segundo. Os recursos serão destinados aos que atenderem critérios técnicos de regularidade e qualidade.

Outra novidade é a ampliação da comercialização de produtos de origem animal para além do município de origem. Com novo decreto, estabelecimentos habilitados no SIM (Serviço de Inspeção Municipal) que atenderem às exigências da Iagro poderão vender para todo o Estado, o que antes era restrito à cidade de registro.

“Essa era uma grande demanda da agricultura familiar, dos deputados e da agroindústria. O decreto resolve uma limitação dos pequenos negócios. É uma medida extremamente importante para estimular a pequena agroindústria, ampliar a renda e fomentar a demanda”, afirmou o secretário da Semadesc, Jaime Verruck.

A expectativa do governo é de que, com as ações implementadas, Mato Grosso do Sul possa competir com grandes produtores nacionais, como Minas Gerais e São Paulo.

“Mato Grosso do Sul pode se destacar nesse cenário. Mesmo ao lado de gigantes como Minas e São Paulo, também temos potencial. O desafio está colocado e, com reconhecimento e apoio aos que o aceitarem, podemos transformar o Estado em um grande produtor de leite”, afirmou o governador Eduardo Riedel (PSDB).

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