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Lado Rural

Acrissul sedia no dia 30 de julho o lançamento do programa estadual "ProLeite"

Plano de Desenvolvimento de Bovinocultura de Leite era reivindicado pelos pecuaristas do setor

Por José Roberto dos Santos | 24/07/2024 12:55
Animais da raça girolando criados a pasto; setor deve receber também investimentos em genética em novo plano estadual. (Foto: Arquivo/Acrissul)
Animais da raça girolando criados a pasto; setor deve receber também investimentos em genética em novo plano estadual. (Foto: Arquivo/Acrissul)

O governo de Mato Grosso do Sul lança na próxima terça-feira, 30, o Plano de Desenvolvimento da Bovinocultura de Leite de MS, o ProLeite. O evento acontece às 09h00 no tatersal de leilões 2 da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul), no Parque de Exposições Laucídio Coelho, em Campo Grande.

O programa de incentivo para a pecuária leite é uma reivindicação antiga dos produtores rurais de Mato Grosso do Sul. Na primeira semana de junho, durante as comemorações da Semana Estadual do Leite, o secretário executivo de Desenvolvimento Econômico e Sustentável (Semadesc), Rogério Beretta, falando em nome do governo estadual, prometeu o lançamento do programa de incentivos. As medidas devem incluir desde melhoramento genético do rebanho até apoio à pesquisa e inovação, e chega a industrialização dos produtos.

Mercado desfavorável

O setor enfrenta o declínio da produção leiteira que ameaça a sustentabilidade de toda a cadeia de lácteos. Os preços têm caído a cada ano, enquanto os custos de produção permanecem muito elevados. A nutrição do gado utiliza farelos de milho e soja, cereais que variam de preços conforme a safra e a disposição dos grãos no mercado. Este desequilíbrio do setor foi exaustivamente debatido em evento na Assembleia Legislativa.

Com capacidade de produção de 1,34 milhão de litros/dia a atividade leiteira em Mato Grosso do Sul sofreu redução de 47% no volume de 2016 para 2023, caindo de 338 para 174 milhões de litros/ano. No momento o setor vive uma estabilização na produtividade, com um rebanho que varia de 150 a 160 mil cabeças.

O Estado possui grande qualidade em genética de gado leiteiro, com criação das raças girolando, gir leiteiro, pardo-suíço e sindi, principalmente. O problema é que essa qualidade não repercute e encontra obstáculos para avançar para a produção em grande quantidade de leite.

Atualmente, em plena entressafra, os produtores registram sensível melhora no preço do leite, devido a redução na oferta no campo. As importações continuam sendo um fator de incerteza para o mercado. De janeiro a maio, o volume importado somou 923 milhões de litros, 5,1% a mais que no mesmo período de 2023.

Perfil da cadeia do leite

O Estado possui mais de 80 laticínios, sendo que mais de 70% da captação é por inspeção estadual e federal, sendo apenas uma de leite UHT. A maioria da produção é voltada para a fabricação de queijos, majoritariamente o mussarela, que representa mais de 45% do volume produzido mensalmente. Há pequenas indústrias com inspeção municipal responsáveis pela produção de queijos.

O Estado tem 12 mil produtores de leite, aproximadamente, que fornecem mais de 90% do leite para as indústrias do Mato Grosso do Sul e parte para o Paraná e São Paulo. O MS apresenta três polos de produção de leite, localizados nas regiões Leste, Central e Sul, com 30 municípios representando mais de 68% da produção do Estado.

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