Governo vai lançar plano para recuperação da pecuária leiteira de MS
Novo programa prevê incentivos fiscais, investimento em genética e assistência técnica aos produtores
O Governo do Estado prepara um conjunto de estratégias visando a melhoria da rentabilidade do setor leiteiro, que passa por graves problemas de liquidez. As medidas incluem desde melhoramento genético do rebanho até apoio à pesquisa e inovação e chega a industrialização dos produtos. A afirmação foi feita pelo secretário-executivo de Desenvolvimento Econômico Sustentável da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), Rogério Beretta, que participou na manhã desta terça-feira, 4, da abertura do 2° Seminário Estadual do Leite. O evento acontecerá a partir das 13h, no Plenário Deputado Júlio Maia, na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul.
“Junto com a Câmara Setorial do Leite já apresentamos ao governador Eduardo Riedel e ao secretário Jaime Verruck uma proposta de um plano de fomento a pecuária leiteira, chamado Proleite e este plano traz uma série de programas e ações que visam melhorar a situação do setor”, explicou o secretário executivo Rogério Beretta.
Beretta ainda salientou que o Proleite prevê incentivos, programas de melhoramento genético, assistência técnica, ações tributárias, apoio a pesquisa e inovação tecnológica e também na industrialização. A ideia é que o plano seja apresentado ainda neste mês.
Durante o encontro que reuniu os deputados estaduais, setor produtivo e empresários do segmento lácteo de MS, os participantes debateram os desafios que a atividade enfrenta no Estado e as perspectivas futuras.
O Estado possui mais de 80 laticínios, sendo que mais de 70% da captação é por inspeção estadual e federal, sendo apenas uma de leite UHT. A maioria da produção é voltada para a fabricação de queijos, majoritariamente o mussarela, que representa mais de 45% do volume produzido mensalmente. Há pequenas indústrias com inspeção municipal responsáveis pela produção de queijos.
Perfil da pecuária leiteira
Atualmente, o Estado tem 12 mil produtores de leite, aproximadamente, que fornecem mais de 90% do leite para as indústrias do Mato Grosso do Sul e parte para o Paraná e São Paulo. O MS apresenta três polos de produção de leite, localizados nas regiões Leste, Central e Sul, com 30 municípios representando mais de 68% da produção do Estado.
Segundo a Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de MS), o MS produziu 295 milhões de litros de leite, com 159 mil vacas ordenhadas, o que dá 1.852 litros por vaca/ano. Os dados usados pela federação são de 2022, produzidos pelo IBGE. O município de Itaquiraí, em 2022, foi o maior produtor de leite do Estado, seguido por Paranaíba e Nova Andradina.
Neste ano, segundo dados do Boletim do Leite elaborado pela entidade, a captação em MS no primeiro quadrimestre de 2024 totalizou 65,5 milhões de litros de leite, sendo 8% maior que o mesmo período de 2023, quanto foram captados 60,70 milhões de litros de leite.
Em abril, foram levantadas informações de 1.264 produtores atendidos pelo Senar-MS. Desses, 64% comercializavam leite para industrias e 36% produzem derivados lácteos. A média do preço do leite recebido por esses produtores foi de R$ 1,96.