Emoção é a palavra de ordem para os ‘rostos’ do Carnaval
Silvana Valu, Vitor Samudio e Angela Montealvão contam sobre responsabilidade de fazer o Carnaval de rua
Neste fim de semana, os dois principais blocos de rua de Campo Grande tiveram sua estreia e, pensando sobre a movimentação que é conseguir fazer com que o Carnaval aconteça, os responsáveis pelo Cordão Valu e Capivara Blasé resumem que “emoção” e “responsabilidade” são as palavras de ordem. Tendo nascido pequenos, os dois blocos cresceram ao ponto de lotar cada vez mais a Esplanada Ferroviária.
Vestida com uma roupa espanhola que conseguiu criar durante os últimos dias, Silvana Valu brinca que a correria é tanta que a fantasia acaba realmente ficando para a última hora. “A gente fica tão preocupado, empenhado em fazer com que tudo dê certo que essa parte vai sendo deixada para depois”.
Criado em 2006, em um bar, o Cordão Valu tomou a Esplanada no sábado (10) e retorna amanhã (13). Sem nem pensar duas vezes, Silvana conta que estar à frente do bloco e se empenhar no Carnaval de rua é exaustivo, mas gera uma alegria sem explicações quando tudo se concretiza.
"Mexer com Carnaval implica muitas coisas porque precisamos conversar com o Poder Público, sabemos que gera um incômodo para os moradores do entorno, mas ao mesmo tempo, geramos empregos, movimentamos a economia e a cultura da cidade”, diz Valu.
Longe de ser um momento com tempo para respirar, a fundadora do cordão narra que os momentos que antecedem a festa e a folia em si são dias de muita correria. Tanto é que depois, quando o confete chega ao fim, é hora de “sumir” e descansar, “na quarta-feira, ninguém sabe de mim, nem adianta me procurar”, diz, rindo.
Mas, mesmo com as dificuldades para resolver questões burocráticas e conseguir desenvolver a estrutura necessária, Silvana garante que sempre acaba querendo fazer a festa ir para a rua.
“Várias vezes eu já pensei que não faria mais isso, mas é só chegar a época que o pensamento de ver as pessoas na rua, aproveitando, brincando, se divertindo, me toma. Você vê as famílias, os jovens, as crianças, enfim, todo mundo aqui nesse único momento do ano e a emoção vem. A gente não chora só de preocupação, chora de alegria”, detalha Silvana.
Assim como Valu, Vitor Samudio, do Capivara Blasé, também confessa que a emoção reina no Carnaval. “Você olha esse tanto de gente no Carnaval, que é a festa mais democrática que temos, e não tem como não se emocionar. Se a pessoa trabalha em um alto cargo, se é filho da empregada, nada importante quando as pessoas estão aqui. Tudo isso desaparece”.
Comemorando os 10 anos de bloco, Samudio e Angela decidiram se fantasiar de festa para a primeira saída do bloco na Esplanada em 2024. Enquanto ele levou um bolo como chapéu, Angela garantiu as bexigas no cabelo.
E, para completar o cenário de alma lavada, o Capivara Blasé ainda teve seu momento de chuva logo que o cortejo foi iniciado neste domingo (11).
Muita coisa acontece no Carnaval e a gente fica sem palavras. Nosso bloco começou entre amigos e era isso, um momento de diversão. Conforme os anos foram passando, as pessoas começaram a participar, o público foi aumentando até que hoje temos o maior Carnaval de rua do estado em quantitativo de pessoas, explica Samudio.
Sobre, de uma forma ou de outra, ser um dos “rostos” do Carnaval, o produtor cultural diz que a missão é de responsabilidade. “Todos os anos tentamos melhorar, trazer mais estrutura, fazer um Carnaval mais bonito e o que a gente espera é que as pessoas consigam aproveitar cada vez mais”.
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