Exposições e pedido para museu menos vazio marcam abertura de semana especial
Começou a 17 ª Semana Nacional de Museu que deve intensificar as visitas nos museus de Campo Grande
A abertura da programação da 17 ª Semana Nacional de Museu ocorreu ontem (14), e contou com a divulgação da cartilha “Conceitos de Patrimônio Cultural Campo Grande-MS”. O evento foi realizado na Plataforma Cultural e teve música, exposição, documentário e comida. Durante a cerimônia, o coordenador do sistema estadual de museus, Douglas Alves afirmou que a Capital tem histórias espalhadas por todo canto e que intensificou as visitações nos museus, para que as instituições sejam mais vistas.
“Os museus estão espalhados pela cidade e às vezes, a população não tem conhecimento do que acontece. As ações farão com que essas instituições sejam mais visadas. Existe uma visitação razoável, que tem aumentado nos últimos anos, porém tende a melhorar. Precisamos atrair mais escolas, ter mais divulgação, pesquisa, porque um museu não é só abrir as portas, tem que se manter”, disse.
Douglas relata que a programação nos museus está ocorrendo desde segunda. “Foi no começo da semana e vai até esta sexta-feira. Contudo, na próxima semana o Museu da Cultura Dom Bosco promove a última ação. Neste ano, estamos intensificando o cronograma para que os museus possam ser visitados”, afirma.
Para o coordenador, falta valorizar a história de Campo Grande e para isso, a população deve participar. “Olhamos muito pra fora da Capital, ao invés de ver o que tem dentro”, destaca. Douglas fala de alguns pontos culturais. “Temos o memorial da ferrovia, a Maria fumaça, a casa do artesão, Morada dos Baís, Fundação de cultura onde estão três museus. A história está espalhada, o que poucos conhece é que temos o museu da medicina, da memória dos ferroviários, o museu da cultura que tratam questão etnográfica”.
Ele comenta que o MIS (Museu da Imagem e do Som) vai trabalhar com áudio fonográfico, que o Marco (Museu de Arte Contemporânea) representa o museu de artes plásticas voltada para a arte contemporânea. “Temos ainda o MuArq [Museu de Arqueologia da Universidade Federal do Estado”, disse. Douglas conta que esteve no interior do Estado onde descobriu novos locais históricos.
“Observamos coisas que nem imaginávamos que existiam. Fomos para Maracaju para encerrar as atividades e descobrimos que temos o museu do trator, da cachaça e outras instituições”, disse.
A abertura da 17 ª semana dos museus contou com exposição para o público e foram mais de 200 pessoas reunidas na Plataforma Cultural. Durante a cerimônia, a gerente de Patrimônio da Sectur (Secretaria de Cultura e Turismo) Lenilde Ramos apresentou a cartilha de patrimônio cultural, que está disponível para a população através do site da prefeitura.
Ela relata que é a primeira vez que a equipe faz uma cartilha sobre patrimônio histórico e que a ideia é ajudar a simplificar o tema. “É a maneira de apresentar, de forma simples e objetiva, como conhecer o patrimônio cultural. Uma cidade com arquitetura, prédios históricos, monumentos, bens que foram tombados como patrimônio. Essa cartilha ensina a conhecer o valor, preservar esses bens e como procurar ajuda”, explicou.
“No Estado tem 65 museus e 30 estão próximos desse trabalho. Durante a semana, intensificaremos as visitas. A escola Oswaldo Tognini levará os pais, alunos e professores para passar a tarde no Museu e aprender jogos indígenas, músicas, brincadeiras. Vão conhecer a história da cultura terena”.
A conselheira tutelar Janaine Oliveira e a professora Tabata Molina participaram do evento na Plataforma Cultural, e comentaram sobre a preservação um patrimônio. “Tem que cuidar do que temos e isso é um processo de formação na educação”, disse Janaine. “É importante ser replicador, inclusive a gente fala nas escolas da preservação e da cultura que é a memória. É algo que devemos trabalhar desde pequeno, para que os filhos preservem esse tipo de cultura”, complementa Tabata.
No evento foi exibido um documentário que fez o público recordar de algumas coisas do passado de Campo Grande, como o campo de marte que hoje é o Belmar Fidalgo, o local do Obelisco, a transformação do cemitério na praça Ary Coelho, a mudança do nome da rua 14 de Julho, etc. Foram 17 minutos passeando pela história da Capital. Além da programação, o espaço contou com exposições artísticas dos estudantes da UCDB (Universidade Católica Dom Bosco)
O responsável pela mostra, professor Roberto Figueiredo contou que as obras fazem parte do projeto “Arte transforma”. “Há três anos estamos pegando diversos objetos e transformando em arte, dando outro significado, pois achamos que a arte realmente consegue fazer isso. Pegamos o orelhão que estava abandonado e pintamos, todos começam a perceber ele”, conta.
A mostra permanece na Plataforma Cultural até o dia 30 deste mês. Após a cerimônia, os participantes puderam saborear um caldo de legumes e verduras. O grupo Aves Pantaneiras animou a programação com músicas. Também estiveram presentes no evento a diretora da Fundação de Cultura, Mara Caseiro e o secretário municipal de governo e relações institucionais, Antônio César Lacerda.
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