Feira que começou com 'desalojados' virou a maior de Mato Grosso do Sul

Gastronomia, artesanato, literatura, antiguidades, moda e atrações culturais estão espalhados pelas ‘ruas’ que formam a Feira Bosque da Paz. O evento, que celebrou 1 ano de existência no domingo (20), começou tímido no Bairro Carandá Bosque e conquistou o coração de quem uma vez no mês ‘bate ponto’ no local.

A feira que nasceu para atender a demanda de quem tinha produto, mas não contava com espaço fixo para expor, cresceu. Hoje, ela é a maior feira cultural de Mato Grosso do Sul e segue atraindo empreendedores e o público em geral. Na 11º edição, o evento contou com estrutura especial e um palco maior para receber atrações, como Coral EMI, Banda T404, André Stábile e DJ Tamys. Além dos artistas, alguns expositores foram homenageados pela Agrupa (Associação Grupo da Paz).

A história da Feira Bosque da Paz é também a história de Carina Zamboni, que com o apoio da mãe Denise idealizou o projeto no começo da pandemia. Neste ano, ela conversou com o Lado B e falou sobre a iniciativa que a de ‘586 razões para continuar’.

No aniversário de um ano, Carina voltou a falar com a reportagem. Para a produtora cultural é gratificante ver que o projeto tomou uma proporção maior e referência no Estado.

“É emocionante, é um presente pra minha vida que ganhou um sentido totalmente diferente. Ver que a feira é um ponto turístico e de referência dentro da cidade, do Estado, é grandioso demais. Nessas edições, movimentamos sete milhões e duzentos mil reais”, comenta.

Os números citados impactam na renda de mais de 500 expositores. Comparada a primeira edição, Carina relata que viu a evolução e crescimento de muitos empreendedores. “60% dos nossos expositores tiram a renda principal desta feira. No começo, a gente chegava aqui e eram pessoas expondo. Hoje você vê que eles têm tenda, mesa, mais material e mais qualidade para apresentar para o cliente. É gratificante demais”, afirma.

Ygor Matos é um dos expositores que procurou um lugar na feira para divulgar os produtos. Dono do brechó Hyppye 183, ele conta que em toda edição consegue garantir mais clientes. “Aqui veio literalmente para mais oportunidade. Hoje faço bem mais feiras e aqui no bosque é a minha maior venda por dia. Aqui eu sempre bato recorde de venda, toda vez é sempre a maior. Aqui eu faço em um dia de venda quase o salário que ganho”, comenta.

Elza Silveira Cano Barbosa vende pamonhas e curau na feira. Para ela, é algo satisfatório saber que as pessoas aprovam o produto e procuram no espaço o produto dela. “É muito bom, é uma aceitação 100%, tem gente que me procura”, conta.

Expondo pela primeira vez no bairro, Emili Michelini se mudou de São Paulo para Campo Grande. Como participava de outras feiras na outra cidade, a expectativa dela é conquistar um novo público. “É muito interessante, o fluxo de pessoas é bem significativo. Eu acredito que vai gerar um resultado positivo a longo prazo. Além do trabalho com produtos artesanais que a pessoa pode levar pra casa, eu também faço lembranças personalizadas para eventos especiais”, explica.

Quem tirou o domingo para conhecer o lugar pela primeira vez garante que estará na próxima edição. Esse é o relato do fotógrafo Pedro Miranda. “A música está muito boa e num volume perfeito, as barracas incríveis e bem organizadas. Vou fazer questão de vir sempre que tiver e da próxima vez vou trazer minha família e meus cachorros”, diz.

Além de achar uma atividade divertida e gratuita na cidade, Fernanda Almeida vê na feira um leque de possibilidades. “Acho que a feira oferece tudo que um bom domingo precisa. Tem espaço de recreação, artesanato, comida boa, é um lugar super gostoso pra descansar e aproveitar o próprio ambiente. É sim o programa perfeito pro domingo, pra variar um pouco e pra conhecer gente nova, além também de ver mais obras dos artistas que têm em Campo Grande”, fala.

É só andar pela feira para conhecer a multiplicidade de produtos. Sabonetes, velas, quadros, macramês, panos de prato, roupas, tatuagem, antiguidades, livros, cerâmicas, tapetes, vasos de plantas e acessórios são alguns dos trabalhos autorais.

Para completar, o público também encontra pão caseiro, cuca, pamonha, pizza, hambúrguer, pastel, saltenha, choripan, açaí, caldo de cana, água de coco, cerveja artesanal, arroz cuiabano, bauru, cachorro-quente. Enfim, é impossível sair do bosque sem uma sacola em mãos ou com fome.

A Feira do Bosque da Paz acontece todo terceiro domingo do mês na Rua Kame Takaiassu com a Rua das Folhagens, no Bairro Carandá Bosque. O evento começa às 9h e segue até 14h.

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