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Diversão

Lanchonete vira ponto concorrido, com som ao vivo e show de humor por R$ 1,50

Paula Maciulevicius | 20/01/2014 06:53
Quinta e sexta-feira são dias de música ao vivo, com MPB e Sertanejo e um couvert inédito na cidade, de R$ 1,50. (Fotos: Marcos Ermínio)
Quinta e sexta-feira são dias de música ao vivo, com MPB e Sertanejo e um couvert inédito na cidade, de R$ 1,50. (Fotos: Marcos Ermínio)
O dono passou a vida fazendo lanches pela cidade até resolver transformar a garagem em lanchonete.
O dono passou a vida fazendo lanches pela cidade até resolver transformar a garagem em lanchonete.

Na avenida Orlando Daros, nº566, no bairro Maria Aparecida Pedrossian, basta o relógio marcar 18h30 para as mesas na garagem e também na calçada estarem a postos, só esperando a clientela. A casa é do chapeiro Welhiton Augusto Borges de Souza e da esposa Cleunice Albano há oito anos, mas de cinco meses para cá virou a “Tom Lanches”, uma lanchonete que tem sacudido a região.

Quinta e sexta-feira são dias de música ao vivo. O repertório conta com MPB e dupla sertaneja, respectivamente e com um couvert que não se acha em lugar nenhum da cidade: R$ 1,50 por pessoa. É de se estranhar que com tanto auê de vizinhos por aí quando um bar resolve abrir em área residencial, uma casa que tira os carros da garagem para virar lanchonete não cause nenhuma confusão com os moradores. Muito pelo contrário. 'Seo' Oacil Gomes, de 49 anos, é a prova disso.

Vizinho de casa, dividindo o muro e o barulho, ele achou a ideia ótima. “Aqui na vila não tem nada e isso para nós é um divertimento. Nunca reclamei, até mudei o meu quarto de lugar para ficar escutando, não falho uma quinta-feira aqui”, completa dizendo que virou cliente fiel.

Vizinho de muro, Oacil chegou a mudar o quarto de lugar para poder ouvir o barulho do bar.
Vizinho de muro, Oacil chegou a mudar o quarto de lugar para poder ouvir o barulho do bar.

Welhiton, que dá o nome de “Tom” à lanchonete sempre trabalhou nas casas de lanches da cidade como chapeiro, até resolver montar o próprio negócio na garagem. Tirou os dois carros do espaço, aproveitou a varanda coberta, fez um puxadinho para o caixa e transformou em cozinha o que sempre foi sala.

“É bem variado aqui, para deixar o pessoal à vontade”, comenta. Na calçada senta quem quer ver o movimento, na garagem quem quer ouvir e assistir aos shows e na varanda, quem não tira os olhos do telão, colocado para ver as lutas de UFC. Até o quarto do enteado de Welhiton entrou na onda e virou espaço para a criançada, com mesa de pebolim e DVD. O local é todo adaptado com jogos de luz e luz negra, da época em que Welhiton investiu como DJ. “Coloquei tudo aqui e os clientes aprovaram”, diz.

A casa serve lanches, porções e caldos das 18h30 até o último cliente. “Boa pergunta, que horas a gente fecha? Aqui o som vai até meia-noite, meia-noite e meia no máximo”, detalha.

A casa de Welhiton tem capacidade para atender 80 pessoas sentadas, fora as que ficam de pé, na rua acompanhando o movimento. As apresentações musicais são fixas e nesta sexta, o show era da dupla Luiz Ricardo e Regis Viola.

Maria Victória, personagem veio de "Little River" (Corguinho) para animar a noite dos clientes.
Maria Victória, personagem veio de "Little River" (Corguinho) para animar a noite dos clientes.

À frente do negócio estão, além dele, a mulher, o enteado, um funcionário e dois free lances. O funcionário fixo trabalha por dois. Fernando é garçom das 18h30 até 23h e depois se transforma em Maria Victória, personagem criada por ele para apresentações em festas.

“Eu chego de garçom e já começam a perguntar, cadê a Maria Victória? Calma, calma gente, eu digo. Ela está dentro de mim, tentando sair”, conta o funcionário.

Aos 25 anos, Fernando Costa da Silva é um achado. A empatia bateu logo que ele e o dono da lanchonete se conheceram, na Feira Central. O convite surgiu para os dois. Tom chamou Fernando para ser garçom e Maria Victória para a atração das noites.

“De repente eu sumo e todo mundo pergunta cadê o Fernando? Falam que eu fui comprar alguma coisa, do nada apaga a luz. Começa a fumaça e eu fico falando no microfone lá de dentro, calma, calma que eu estou chegando”.

E ao som de Lady Gaga, Maria Victória aparece para um show de humor de 30 minutos com direito a bis. “Eu só volto se vocês pedirem. Eu sempre falo isso”, diz Fernando.

O personagem não deixa de ser inspirado na Maria Quitéria, de Arce Correia, adaptada para a lanchonete. O repertório é todo criado por Fernando.

“Maria Victória está de férias, ela é exótica. Enquanto todo mundo vai pra Bonito, Maria Victória vai pra Cancun e sabe onde ela nasceu? Em Little River. Corguinho amor, Corguinho”, interpreta Fernando.

Os shows de Maria Victória ainda não estrearam este ano. A temporada 2014 deve começar em fevereiro. A lanchonete, como dito no primeiro parágrafo, fica na avenida Orlando Daros, 566, no Maria Aparecida Pedrossian e funciona de segunda a sábado, a partir das 18h30.

Clientela senta até na calçada para aproveitar o melhor da música e dos lanche no bairro.
Clientela senta até na calçada para aproveitar o melhor da música e dos lanche no bairro.
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