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Diversão

Luta de quem ama o Flashback é manter a cultura viva na Capital

Apaixonado por Flashback, Ademar Cardoso narra a história e cenário do estilo musical em Campo Grande

Por Aletheya Alves | 17/01/2024 07:20
Evento de Flashback realizado no Clube Estoril. (Foto: Divulgação)
Evento de Flashback realizado no Clube Estoril. (Foto: Divulgação)

Em 40 anos de história, o Flashback em Campo Grande acumula mais de 30 espaços que fizeram parte da trajetória da expressão cultural na cidade. Hoje, oito locais persistem para manter o estilo vivo e quem ama os passinhos luta para mostrar que o gênero ainda movimenta muita gente e que precisa de mais reconhecimento.

Um dos expoentes do Flashback na Capital é o jornalista e dançarino Ademar Cardoso. Aos 62 anos, o apaixonado pelo ritmo se conectou às performances durante a adolescência, venceu concursos e viu as discotecas se tornarem as festas do que veio a se chamar Flashback anos depois.

Explicando sobre o termo, o dançarino narra que Flashback não é apenas música, mas sim a união com um estilo próprio de dança. Pensando no histórico da manifestação cultural, ele explica que os primeiros passos do gênero, em Campo Grande, vieram na década de 1980 com a discotecagem.

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Hoje, nós temos uma Campo Grande do Flashback. É um universo de pessoas que são amantes desse estilo musical e que frequentam, no mínimo, oito espaços em que o Flashback ocorre frequentemente, sendo que outros endereços fazem esporadicamente", introduz Ademar.

Para Ademar, as referências eram os clubes Cruzeiro e União com os DJs Hila, Jiraya e Renatinho. “Os estilos musicais eram House, Eurodance nos anos entre 1980 e 1990, tínhamos também Madonna, Cindy Lauper, Michael Jackson, Billy Ocean, Village People, Bee Gees, Donna Summer e Rick Ashley”.

Com o passar do tempo e diminuição das discotecas, quem é visto como o embrião do que chamamos de Flashback em Campo Grande por Ademar foi o movimento Garage Disco Club. “Ainda não era chamada de Flashback, mas reunia um pessoal das antigas com as músicas que caracterizamos hoje”.

Em relação aos passos de dança, tão característicos, o jornalista relata que cada música tinha seu estilo específico. “Cada música tinha seu passo específico, a gente pode citar New Wave, Dance Summer, Madonna, Village People, Modern Talk, enfim, todos tinham suas especificidades”.

E, unidos aos estilos, estavam os chamados dançarinos independentes, como Ademar, um deles, caracteriza. “Eu, Carlinho Quevedo e Robozinho são alguns nomes. Esses caras ganharam concursos, eles dançavam e continuam dançando sozinhos. São raros, mas ainda estão na pista”.

Listagem de locais que recebem festas de Flashback frequentemente. (Arte: Barbara Campiteli)
Listagem de locais que recebem festas de Flashback frequentemente. (Arte: Barbara Campiteli)

Comparando com o cenário atual, o dançarino explica que houve uma mudança no modo de dançar o Flashback. “Eu frequentei com 16 e hoje tenho 62, continuo indo nas festas. Vejo o pessoal de 20, 30 anos e eles se apegam muito aos passinhos coletivamente. Lá atrás, eram passinhos diferenciados e cada um dançava por si. Não era uma coreografia feita em conjunto, eu dançava para lá, você para cá e cada um tinha seu espaço”, diz.

Ainda sobre o modo com que o Flashback movimentava Campo Grande, Ademar dá como exemplo festas que levavam mais de 1.500 pessoas para um salão.

Já pensando na conexão com a atualidade, ele comenta como os clubes, DJs e dançarinos continuam na luta para manter o estilo vivo. “Podemos citar o União que faz festas há 40 anos. Essa perseverança é demais e acho importante destacar porque a música, a dança, o Flashback é muito importante para mim”.

“Nós temos um universo muito grande de pessoas que amam o flashback, prestigiam e temos segmentos profissionais como os DJs, empresas de iluminação, produtores musicais, promoters, equipamentos de som, dançarinos independentes e grupos de passinhos”, explica Ademar.

Festa no Clube União dos Sargentos na década de 1980. (Foto: Arquivo Pessoal/DJ Delfo)
Festa no Clube União dos Sargentos na década de 1980. (Foto: Arquivo Pessoal/DJ Delfo)

Com isso em mente, o jornalista defende que o Poder Público se movimente para valorizar o movimento na cidade e em Mato Grosso do Sul. “Nós fizemos, em 2021, um encontro de grupos de passinho da Praça do Rádio. Quinze DJs se apresentaram, além de nove grupos de passinho. Lá, surgiu a ideia de fazer com que Campo Grande reconheça o Flashback como segmento cultural”, relata.

Um dos resultados da luta foi a criação de uma lei municipal para definir o Dia do Flashback, comemorado em 29 de agosto.

“Trouxemos o Paulo Ricardo, foi um sucesso, mas a data não prosperou, estamos há dois anos sem eventos. O Flashback está vivo, é um segmento cultural e precisa de reconhecimento”, diz Ademar.

Para completar a defesa por investimentos públicos no segmento, o jornalista abre um convite para que interessados pelo gênero se envolvam na continuidade da Associação Campograndense de Flashback. “Fizemos a primeira reunião, não prosperou, mas ainda há tempo e precisamos lutar. Quero ver a cultura continuar crescendo”.

Ademar em fotografia ao lado de Silvio Santos quando foi vice-campeão. (Foto: Arquivo Pessoal)
Ademar em fotografia ao lado de Silvio Santos quando foi vice-campeão. (Foto: Arquivo Pessoal)

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