Medalha foi menos importante para quem voltou à infância em torneio de bets
Primeiro torneio de bets no Círculo Militar atraiu adultos e crianças neste sábado.
Para espantar o tédio em um dia com temperaturas amenas, promover interação social e relembrar a infância, adultos e crianças “reviveram” o jogo de bets no Círculo Militar, no 1º Torneio Amador de Bets, com entrada gratuita e aberto ao público.
Cerca de 50 pessoas se reuniram para a disputa neste sábado (25), organizada pelo professor de Educação Física Reinaldo Castelão. Maioria delas com idades entre 25 e 45 anos disputaram medalhas, após inscrições feitas no próprio local.
“Quis fazer um resgate de uma brincadeira que marcou muito a minha infância e trouxe muito valor as crianças da minha geração. Era uma brincadeira que integrava, não tinha rivalidade, brincávamos e isso reunia as crianças de todo o bairro, detalhes que a gente não vê com tanta frequência hoje em dia. Então a proposta é brincar e fazer novos amigos”, explica o professor.
O jogo também conhecido por taco e bete, é disputado por duas duplas com dois tacos de madeira, duas vazias e uma bola de tênis. A disputa geralmente acontece em ruas e o objetivo é rebater a bola atirada por um adversário e, depois, correr e cruzar os tacos no campo de jogo com o parceiro até que o adversário devolva a bola rebatida. A dupla que possui a bola tem por objetivo derrubar a lata através do lançamento da bola, conquistando assim o “betes”.
Esse foi a primeira edição do torneio, que deve continuar nos próximos meses. “Algumas crianças nem conheciam e os adultos ficaram apaixonados, é uma nostalgia muito grande. Por isso, a gente pretende anunciar uma nova edição”.
Paulistana, a enfermeira Denise de Santana Lima, de 35 anos, voltou no tempo após duas décadas sem pisar na rua para brincar. “São pelo menos 20 anos sem jogar bets, espero que ainda lembre das regras”, ri. “Quando soube do torneio fiquei muito animada e decidi participar porque é um momento de relembrar coisas que ficaram no nosso passado e fazem muita falta. Eu lembro que esse jogo era a alegria da minha rua”.
Letícia Cardoso, de 13 anos, estava ansiosa. Ela aprendeu jogar com o pai que também não escondeu a animação de disputar o torneio ao lado da filha. “Foi ele quem me ensinou”, disse animada. “Eu fiquei extasiado com a notícia, essa é a verdade. Esse jogo fez parte de quase toda minha infância. A gente cuidava desse taco como o melhor brinquedo, e poder jogar hoje com ela não tem preço”, completou o pai.
A assistente administrativa Letícia Cardoso, de 36 anos, viu o torneio como uma oportunidade de resgate a uma infância esquecida. “Hoje em dia a meninada fica muito tempo na tecnologia, embora ela seja importante, momentos como esse tem um valor muito grande também e acho que nosso papel de pai e mãe é incentivar. Quanto mais a criançada brincar, mais feliz a gente torna a infância deles”, observou.
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